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3dSen: Emulador que transforma jogos de NES em experiências 3D imersivas Já está disponível

Os emuladores sempre foram uma ponte para quem sente saudade dos clássicos do NES, revivendo aventuras como Super Mario Bros. e The Legend of Zelda. Mas o 3dSen leva essa nostalgia pra outro nível. Ele transforma NES em experiências 3D. Depois de mais de uma década sendo desenvolvido quase sozinho por Tran Vu Truc, da Geod Studio, o programa chega com uma proposta ousada: transformar os mundos 2D dos jogos de 8 bits em dioramas 3D cheios de profundidade e movimento.

Diferente de soluções que apenas aplicam filtros pra dar uma falsa sensação de tridimensionalidade, o 3dSen faz um trabalho artesanal. Cada jogo compatível, mais de 70 no lançamento, incluindo até títulos feitos por fãs, recebe um tratamento personalizado.

Os personagens e cenários são convertidos em modelos 3D no estilo voxel, ganhando profundidade real e ângulos ajustados manualmente pra cada fase.

Por conta disso, ele não funciona como os emuladores tradicionais, que simplesmente aceitam qualquer ROM.

O 3dSen depende de perfis específicos criados para cada jogo, que mapeiam exatamente como os elementos 2D devem ser posicionados no espaço tridimensional. Se não houver perfil, não dá pra jogar.

É uma troca: em vez de ser compatível com qualquer título, o emulador entrega uma experiência refinada, praticamente uma releitura artística dos games. Pra quem é fã de Castlevania ou Mega Man, por exemplo, é incrível ver Simon Belmont enfrentando monstros em um castelo gótico que agora tem profundidade, ou acompanhar as fases de Mega Man cheias de camadas como se fossem pequenos cenários montados à mão.

Por outro lado, jogos que já usavam truques visuais pra simular 3D, como F-Zero, ficam de fora, porque a tecnologia do 3dSen não lida bem com esses efeitos.

Tran contou, inclusive, que foram dez anos de muito trabalho, madrugadas, dores nas costas e caça a bugs, como desabafou na página do projeto no Steam. E todo esse esforço fica visível no capricho dos detalhes.

Os cenários de Zelda, por exemplo, não só se expandem em 3D, mas fazem isso de um jeito que mantém a essência da exploração do jogo original.

Até os posicionamentos dos inimigos em Chip ‘n Dale: Rescue Rangers parecem ter sido pensados pra um mundo tridimensional, como se sempre tivessem pertencido a ele. O emulador também traz recursos modernos, como suporte a controles, salvamento rápido e até um modo VR, que permite mergulhar de vez nesses mundos retrô de um jeito completamente novo.

A comunidade de fãs também virou peça fundamental nessa história. Desde que Tran lançou o 3dSen Maker em 2020, qualquer jogador pode criar seus próprios perfis para transformar mais jogos em 3D.

Isso acelerou muito o crescimento da biblioteca compatível, com jogadores trocando experiências e criações em grupos no Discord e testando novidades em versões beta. E se você tem um jogo raro do NES que ainda não ganhou versão 3D, pode tentar fazer você mesmo ou torcer pra algum fã se animar e criar.

Apesar de todo esse espírito colaborativo, o fato do emulador ser pago, custa US$ 9,99 na Steam, sem incluir nenhuma ROM, gera alguma discussão. Legalmente, emuladores são permitidos, mas a sombra da Nintendo e seu histórico de processos paira no ar. Até agora, o 3dSen não teve problemas, talvez por ser algo que se aproxima mais de uma obra de arte do que de uma simples cópia.

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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