O universo de Stranger Things é feito de muito mais que referências da cultura pop da década 80 e imaginação solta. Os irmãos Duffer se basearam em projetos reais que rondaram aquela década para criar o mundo invertido e os projetos científicos tenebrosos que aterrorizam a cidade de Hawkins.

A gente te conta quais são alguns destes projetos reais que inspiraram Stranger Things, que estão ligados à pesquisas ultrassecretas com experimentos perturbadores – e nem todos ficaram apenas na teoria da conspiração.

4 acontecimentos reais que inspiraram Stranger Things

Projeto Montauk

4 projetos reais que inspiraram Stranger Things
Um dos prédios onde os supostos experimentos teriam acontecido

Na década de 80, havia rumores sobre um programa ultrassecreto chamado Projeto Montauk, que realizava experimentos para desenvolver “armas psicológicas” através de pesquisas relacionadas a expansão de consciência, o teletransporte, a invisibilidade, as viagens no tempo e outras dimensões. Os estudos eram conduzidos em duas bases militares chamadas Montauk Air Force Station e Camp Hero.

Um suposto ex-participante do projeto, chamado Preston B. Nichols, após recuperar sua memória, que havia sido suprimida, escreveu uma série de livros contando suas experiências no projeto.

Ele alegava ter participado de experimentos chamados Montauk ChairConforme. Um dos testes realizados era o The Seeing Eye, durante o qual um menino médium identificado como Duncan segurava uma mecha de cabelo ou um objeto qualquer pertencente a outra pessoa e, depois de se concentrar, conseguia ver através dos olhos desse indivíduo, escutar tudo o que ele ouvia e ter as mesmas sensações que ele.

De acordo com Preston, o menino médium teria inclusive libertado no mundo real uma criatura que habitava sua cabeça. Os transmissores conectados a Duncan mostravam a criatura com aparência animalesca, enorme e faminta. Várias pessoas alegaram ter visto o monstro, mas cada uma delas descreveu uma criatura diferente.

Depois de realizarem tais projetos e inclusive estarem envolvidos em outro programa secreto chamado Experimento Filadélfia, o projeto Montauk acabou, finalmente, para a segurança de todos.

O Laboratório

4 projetos reais que inspiraram Stranger Things

O Laboratório Nacional de Kawkins apresentado na série não existe, mas há atualmente um programa financiado também pelo Departamento de Energia norte-americano que controla diversos laboratórios pelo país. Os temas das pesquisas variam de física nuclear e segurança nacional até biociência. Algo possível de ser controlado por um dr. Brenner?

A Eleven da vida real

4 projetos reais que inspiraram Stranger Things

Durante a corrida tecnológica da Guerra Fria, EUA e URSS também investiam em pesquisas sobre paranormalidade para encontrar vantagens sob a perspectiva militar. Nesse contexto surgiu Ninel Kulagina, uma mulher russa que supostamente tinha poderes telecinéticos.

Nina, como ficou conhecida no Ocidente, foi técnica de rádio na Segunda Guerra Mundial e contribuía ativamente para o governo soviético, mas se tornou dona de casa após ser ferida no estômago. A mulher afirmava que desde criança, quando ficava brava ou nervosa, fazia os objetos ao seu redor se mexerem. Com o passar dos anos, ela teria aprendido a controlar seus poderes.

Pesquisas sobre ela foram realizadas pela URSS pelos últimos 20 anos de sua vida. E segundo os relatórios, 40 cientistas estudaram a mulher na Universidade de Leningrado. Havia até um relatório indicando que ela foi capaz de parar o coração de um sapo com a mente, em um laboratório em 1970. Alguns de seus feitos foram gravados em vídeo, inclusive.

Assim como Eleven, empregar os poderes exigiam muita concentração de Nina e, como consequência, ela tinha fortes dores na coluna.

Na época, chegou a surgir o boato de que os russos teriam “uma arma sobrenatural” que seria capaz de desviar mísseis e identificar submarinos americanos. Mas a maioria acreditava que Nina era apenas uma farsa para assustar os norte-americanos.

MKULTRA

No livro Raízes do Mal, a mãe de Eleven, Terry Ives, aceitou a participar como cobaia do experimento secreto do governo americano chamado MKULTRA. E ele realmente existiu. Conhecido como o “programa para controlar mentes”, era responsabilidade da CIA e permaneceu ativo entre 1953 e 1973.

O nome genérico compreendia um projeto de pesquisa muito vasto: envolveu 149 técnicas separadas, com experimentos em 80 instituições – universidades, prisões, hospitais e empresas farmacêuticas.

A ideia era testar drogas alucinógenas, como o LSD, como expansores mentais, provocando envelhecimento e rejuvenescimento acelerado, amnésia, impossibilidade de mentir e deixar os soldados mais resistentes à tortura.

Além dos testes com drogas, eles utilizavam métodos perversos como choques elétricos, luzes nos olhos, privação de sono e comida, temperaturas extremas, afogamento, isolamento cognitivo, entre outros.

O pior de tudo é que os participantes não eram todos voluntários, mas sim vítimas que foram forçadas a participar. Até crianças foram utilizadas pelo projeto, especialmente filhos de pacientes psiquiátricos ou prostitutas.

O MULKTRA era clandestino, e a CIA usava sua independência para levantar fundos e esconder os relatórios de autoridades de controle do governo. O dinheiro chegava de forma indireta, através da Fundação Rockefeller, que financiava pesquisas de saúde de fachada por todo EUA.

Inclusive estudantes foram forçados. Em um grupo de estudos em Harvard, o psicólogo Henry Murral submeteu os universitários a tratamentos desumanos para provocar o “máximo possível de angústia”. Uma das cobaias mais conhecidas é Ted Kaczynski, mais tarde mundialmente conhecido como Unabomber.

Após o escândalo da violação dos direitos humanos, o programa foi encerrado, mas a maior parte das evidências de que ele existiu foram destruídas.


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