Curtis Jackson, conhecido mundialmente como 50 Cent, está escrevendo um novo capítulo em sua carreira musical com uma ajuda inesperada: a inteligência artificial. O rapper começou a lançar versões reprocessadas de seus clássicos em estilo soul dos anos 60, criadas com assistência de IA, transformando seu som característico do hip-hop dos anos 2000 em algo que parece ter sido extraído diretamente de uma velha vitrola.
Os primeiros exemplos desse experimento musical surgiram em seu Instagram, onde compartilhou reinterpretações de “21 Questions” e “God Gave Me Style”. As novas versões substituem as batidas digitais e produções características da era G-Unit por arranjos analógicos com metais warmth, linhas de baixo suaves e ritmos que remetem às jam sessions da era do swing.
O astro do hip-hop descreveu os resultados como mais suaves e próximos de como ele originalmente imaginou essas canções. Mas o mais interessante é sua ambição de aplicar a mesma tecnologia a material inédito que permanece nos arquivos de seu estúdio – verdadeiras relíquias não lançadas das sessões da G-Unit e de sua carreira solo que poderiam finalmente ver a luz do dia.
Essa guinada tecnológica não surgiu do nada. A ideia ganhou força depois que remixes feitos por fãs de “Many Men (Wish Death)” em estilo anos 60 viralizaram no YouTube e até foram mencionados no podcast de Joe Rogan. Essas versões alternativas, que reimaginavam 50 Cent como um crooner em vez de um poeta das ruas, cativaram o público pela forma como a tecnologia pode ressignificar identidades culturais.
Nos bastidores, produtores como Dirty Swift estão ajudando a transformar o conceito em arranjos polidos gerados por IA. O processo combina a intervenção humana, com edição manual de referências de estilo, com modelos de machine learning treinados em padrões do soul vintage. O resultado final vai além de um simples remix, representando uma verdadeira reinterpretação artística que, nas palavras do próprio 50 Cent, “permite ver minha visão original”.
Esta iniciativa coloca o rapper na vanguarda de um movimento crescente de artistas que exploram o potencial criativo da inteligência artificial na música, demonstrando que a tecnologia pode ser uma ferramenta para expandir, e não substituir, a expressão artística.
Veja mais sobre música.