Em uma recente entrevista no podcast de Louis Theroux, Dafoe mencionou o filme Anticristo (Antichrist) como um filme do qual ele se orgulha, e afirmou que o filme foi totalmente mal entendido.
“Acho que é mal interpretado por causa de alguns de seus extremos”, disse Dafoe, “mas acho que realmente fala sobre coisas interessantes sobre o poder das mulheres, o medo dos homens em relação às mulheres, a luta entre o lógico e o mágico na vida. Há muita política sexual no filme, e não é sobre misoginia.”
Ele acrescentou: “Acho que [von Trier] se identifica mais com as mulheres do que com os homens. Posso dizer isso porque interpreto o personagem lógico no filme. Mas acho que ele é genuinamente curioso e um grande cineasta. A abertura e o epílogo desse filme são grandes momentos do cinema.”
Anticristo é um filme perturbador sobre um casal (Dafoe e Gainsbourg) lidando com a trágica perda de seu filho. Eles se mudam para uma cabana na floresta para escapar de tudo, mas acabam enlouquecendo.
O filme é obra de um diretor que estava lutando contra uma depressão profunda. Dafoe revelou que von Trier disse a ele todos os dias: “Escute, posso não estar lá amanhã, mas posso dirigi-lo remotamente de um trailer.” Mas von Trier aparecia todos os dias. Isso mostra o quanto ele estava lutando, mas também o quanto ele se dedicava ao cinema.
O filme é intenso e sombrio. É uma história de ressentimento, luto e depressão, ambientada em um mundo místico.
Vale mencionar que Anticristo esteve muito perto de ganhar a Palma de Ouro, e isso certamente teria mudado sua posição hoje.
Nos bastidores, a presidente do júri Isabelle Huppert e o jurado James Gray “lutaram intensamente” sobre qual filme merecia o prêmio principal, em parte porque ela adorou Anticristo (pelo qual Gainsbourg acabou ganhando o prêmio de Melhor Atriz) e ele adorou O Profeta de Jacques Audiard (que acabou ganhando o Grande Prêmio).
Finalmente decidiram por A Fita Branca de Haneke para a Palma.
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