Imagine poder ouvir uma pintura em vez de apenas vê-la, como a Mona Lisa. Essa é a proposta por trás do projeto Sound of a Masterpiece, uma iniciativa inovadora que transforma obras de arte icônicas em experiências musicais imersivas.
Desenvolvido para tornar a arte visual mais acessível — especialmente para pessoas cegas ou com baixa visão —, o projeto redefine como nos conectamos com algumas das pinturas mais famosas do mundo.
O compositor Bobby Goulder, que vive com distrofia macular de Stargardt (uma condição que afeta a visão central), lidera essa iniciativa em parceria com a Dolby Laboratories e o Royal National Institute of Blind People (RNIB). Juntos, eles criaram um álbum único que interpreta obras como Mona Lisa, de Da Vinci, O Lago das Ninfeias, de Monet, e O Grito, de Munch, por meio da música espacial em Dolby Atmos. Cada faixa captura a emoção e a narrativa por trás das pinturas:
- O Grito explode com distorções e crescendos intensos, refletindo a angústia da obra original.
- O Lago das Ninfeias flutua em pianos impressionistas, inspirados em Debussy, para traduzir a serenidade de Monet.
- Mona Lisa alterna entre tons misteriosos e suaves, espelhando o enigma de seu sorriso.
Mais do que uma descrição auditiva, a proposta é transportar o ouvinte para o universo sensorial de cada obra. O álbum está disponível no Apple Music, Amazon Music e Tidal, com toda a renda revertida para a RNIB.
A iniciativa surge como resposta a uma realidade desafiadora: quase metade das pessoas relata dificuldade para se engajar com arte em museus, e mais de 25% evita galerias por falta de confiança. Para Robin Spinks, da RNIB, a música oferece uma nova camada de acesso à textura e profundidade das obras.
Como ressalta Daniela Bischof, da Dolby, o projeto mostra como a tecnologia pode expandir a narrativa artística: “Com o Dolby Atmos, convidamos o público a ‘entrar’ nas pinturas através do som.”