Parece cena de ficção científica, mas é realidade: a empresa Colossal Biosciences conseguiu trazer de volta à vida o lobo gigante (dire wolf), os lobos gigantes de Game of Thrones, espécie extinta há cerca de 10 mil anos.
O nascimento da primeira ninhada em 1º de outubro de 2024 representa um marco na engenharia genética e redefine os limites da ciência moderna.
Os lobos gigantes foram predadores reais da Era do Gelo — maiores e mais musculosos que os lobos cinzentos, com mandíbulas capazes de esmagar ossos. Sua extinção foi causada por mudanças climáticas e competição com outras espécies. Agora, após anos de pesquisa, eles retornam não como lendas, mas como animais vivos.
Como a “desextinção” foi possível?
A equipe da Colossal extraiu DNA de fósseis e, usando tecnologias como CRISPR, reconstruiu o genoma do lobo gigante. Embriões editados foram implantados em lobas cinzentas (espécie próxima geneticamente), resultando em filhotes saudáveis. O projeto pode ajudar a entender melhor ecossistemas antigos e o papel desses predadores.
A empresa, sediada em Dallas, já havia chamado atenção no mês anterior com o “rato-lã”, um rato geneticamente modificado com pelagem inspirada no mamute-lanudo. Além do lobo gigante, a Colossal trabalha para ressuscitar o dodô e o tigre-da-tasmânia, visando restaurar biodiversidade perdida.
Apoio de celebridades e debates éticos
O projeto tem investidores de peso, como Tom Brady, Tiger Woods, Paris Hilton e o diretor Peter Jackson (O Senhor dos Anéis), refletindo o fascínio que a “desextinção” exerce além da ciência. Até Elon Musk comentou sobre o feito nas redes sociais.
Enquanto muitos celebram a fofura dos filhotes e brincam com a ideia de tê-los como pets, surgem questões complexas:
- Qual seria o impacto ecológico de reintroduzir um predador extinto?
- Ele competiria ou ameaçaria espécies atuais?
- Devemos priorizar a salvação de animais ainda em risco de extinção?
Por enquanto, os lobos gigantes não serão soltos na natureza. O foco é estudar seu desenvolvimento e comportamento, avaliando os riscos e benefícios da tecnologia.
Além da ciência: um fenômeno cultural
A volta dos lobos gigantes não é apenas um avanço técnico — é um evento cultural. Reacende discussões sobre ética científica, inspira novas narrativas e desafia nossa relação com o passado. Enquanto a linha entre o extinto e o vivo se desfaz, resta a pergunta: até onde podemos (e devemos) ir?
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