Connie Francis, uma das grandes vozes que embalaram os bailes, os romances e as ondas das rádios AM dos Estados Unidos entre as décadas de 1950 e 60, faleceu no dia 16 de julho de 2025, aos 87 anos.
A artista estava internada há duas semanas devido a fortes dores pélvicas. A causa exata da morte não foi divulgada, mas a informação foi confirmada por Ron Roberts, presidente da Concetta Records e amigo próximo de longa data, que anunciou o falecimento em sua página no Facebook, dizendo que Francis teria preferido que os fãs soubessem diretamente.
Nascida Concetta Rosemarie Franconero, em Newark, Nova Jersey, Connie Francis alcançou o estrelato após uma apresentação no American Bandstand, em 1958. Seu sucesso veio com Who’s Sorry Now?, música que estava praticamente esquecida até ela resgatá-la, levando-a de volta às paradas. A partir dali, construiu uma carreira sólida que dominou o pop por mais de uma década. Em 1960, ela se tornou a primeira artista solo feminina a alcançar o topo da Billboard Hot 100 com Everybody’s Somebody’s Fool, repetindo o feito pouco depois com My Heart Has a Mind of Its Own.
Seu repertório virou trilha sonora da juventude americana do pós-guerra, com hits como Lipstick on Your Collar, Stupid Cupid, Where the Boys Are e Don’t Break the Heart That Loves You. Foram mais de 100 milhões de discos vendidos no mundo todo, um Globo de Ouro pela carreira internacional e o título de uma das vozes mais emblemáticas de sua geração. Por trás do sucesso, no entanto, sua trajetória foi marcada por episódios difíceis: em 1974, foi vítima de um ataque violento, passou por internações psiquiátricas após diagnósticos equivocados de saúde mental, enfrentou complicações vocais após uma cirurgia e viu o irmão ser assassinado em 1981. Ainda assim, nunca se afastou totalmente do ativismo, tornando-se porta-voz de causas ligadas à saúde mental e aos direitos de vítimas de crimes, inclusive colaborando com o governo Reagan.
Em 2025, um novo e inesperado capítulo reacendeu o interesse pelo trabalho de Francis: sua canção Pretty Little Baby, de 1962, viralizou no TikTok, embalada por mais de 17 milhões de vídeos criados pelos usuários. A cantora, que havia se aposentado dos palcos em 2018, soube do fenômeno por acaso e, segundo amigos, ficou emocionada e divertida ao ver sua voz conquistando uma nova geração.
Mesmo com a partida de Francis, sua voz permanece eternizada, agora não apenas como um símbolo do passado, mas também como trilha sonora que continua a encantar o presente.