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NASA cria liga metálica impressa em 3D que resiste a temperaturas extremas e pode revolucionar foguetes e aviões

Se a ficção científica sempre nos prometeu metais indestrutíveis como o adamantium de Wolverine ou o mithril de Senhor dos Anéis, a NASA acaba de dar um passo gigante para transformar isso em realidade. Pesquisadores do Glenn Research Center, em Cleveland, anunciaram a criação da GRX-810, uma liga metálica impressa em 3D capaz de suportar temperaturas tão absurdas que fariam praticamente qualquer outro material derreter em questão de horas.

Estamos falando de um metal que aguenta até 1.100 °C por um ano inteiro sem se deformar, enquanto outras ligas mal duram algumas horas nessas condições. Essa superliga é feita de níquel, cobalto e cromo, mas o grande truque está na cobertura de óxidos cerâmicos, aplicada em partículas microscópicas por um processo chamado resonant acoustic mixing. Imagine cada grão de pó metálico recebendo uma “armadura nano” que nunca se solta, mesmo se a liga for moída e recriada do zero. Resultado: resistência quase absurda, como se fosse literalmente um “metal encantado” da engenharia.

A parte mais incrível é como a NASA conseguiu acelerar algo que antes parecia impossível. A fabricação de ligas desse tipo costumava ser lenta, cara e cheia de falhas. Mas os engenheiros usaram simulações avançadas de computador para calcular a receita perfeita em apenas 30 tentativas, um processo que antes levava anos. Depois, com impressão 3D, espalharam os óxidos de forma uniforme, criando peças que não só aguentam o calor, como podem ter formatos complexos impossíveis de fabricar no método tradicional.

E os números parecem coisa de quadrinho: a GRX-810 tem o dobro de resistência contra fraturas, 3,5 vezes mais flexibilidade e mil vezes mais durabilidade que metais comuns sob calor extremo. Em outras palavras, turbinas de aviões e motores de foguete feitos com essa liga poderiam durar muito mais tempo, aumentando a segurança, reduzindo custos e até ajudando na eficiência de combustível.

Mas não é só a NASA que vai se beneficiar. A empresa Elementum 3D já tem licença para produzir a liga em escala, de pequenos lotes até toneladas. Em testes, peças feitas de GRX-810 duraram o dobro do esperado. Empresas como a Vectoflow estão testando o material em sensores que monitoram turbinas, normalmente peças descartáveis, que agora podem se tornar muito mais resistentes e eficientes.

Seja no espaço, nos céus ou em indústrias que lidam com calor insano, a GRX-810 tem potencial para mudar tudo. Talvez não seja adamantium ou vibranium, mas é o mais perto que já chegamos de um metal de ficção científica trazido para a vida real.

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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