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Homem vive oito anos só com energia de baterias de notebook e painéis solares, e o sistema nunca falhou

No canto de um fórum dedicado a experiências fora do comum com tecnologia antiga, um usuário conhecido como Glubux contou uma história que virou referência entre entusiastas de energia alternativa. Em 2016, ele decidiu tentar algo radical: abastecer toda a sua casa sem puxar um único watt da rede elétrica. O plano começou simples, com 1,4 kW de painéis solares no telhado, uma bateria de empilhadeira, um controlador de carga, um inversor e, principalmente, uma missão ambiciosa. Para isso, ele passou meses coletando baterias de notebook que já tinham cumprido seu ciclo de vida. Quando o projeto engrenou, ele já havia juntado cerca de 650 delas.

O entusiasmo inicial logo bateu de frente com a realidade. Cada pack de notebook vinha com células de idades e capacidades diferentes, o que fazia a energia se comportar de forma irregular.

Algumas células drenavam rápido demais, outras seguravam carga; era como tentar armazenar água em um balde cheio de buracos. Em vez de desistir, Glubux partiu para o trabalho manual: abriu cada bateria, separou as células individuais, testou uma por uma e guardou apenas as que ainda estavam saudáveis.

Depois organizou tudo em módulos de cerca de 100 ampères-hora, montando racks dentro de um galpão que construiu a 50 metros de casa, um pequeno “coração” onde ficariam os bancos de baterias, os controladores e os inversores.

Com o sistema funcionando, ele decidiu ampliar a estrutura para torná-la realmente robusta. Instalou mais 24 painéis solares, cada um de 440 watts, garantindo carga até nos dias mais curtos do inverno.

A coleta de baterias se tornou rotina e o estoque passou de mil unidades. Abrir, desmontar, testar e reorganizar as células virou parte do dia a dia. Hoje, todo o conjunto opera em 24 volts e alimenta um conversor de 3 kVA, suficiente para tocar toda a casa sem sustos.

As luzes acendem, os eletrodomésticos funcionam e tudo roda alimentado pela energia do sol, guardada em centenas de pequenas células que um dia serviram para madrugadas de estudo, trabalho e séries.

O mais impressionante é que, oito anos depois, nada disso falhou. Enquanto a vizinhança enfrenta apagões ocasionais, a casa de Glubux continua estável e iluminada. Ele apostou em equipamentos duráveis, como controladores e inversores da Victron, e a escolha se provou acertada. Até a velha bateria de empilhadeira do início da aventura segue firme, atuando como base para estabilizar eventuais picos. Quando semanas nubladas chegam, o sistema simplesmente usa a energia acumulada até que o sol volte a alimentar as células.

O projeto nasceu como uma curiosidade de fórum, mas acabou se transformando em prova viva de que tecnologia descartada ainda pode ter uma segunda vida surpreendentemente eficiente.

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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