Gladiador II chegou aos cinemas em 2024 com Ridley Scott de volta ao comando, mas Russell Crowe não está exatamente na torcida. O ator já tinha demonstrado certo distanciamento do projeto, só que suas declarações mais recentes à rádio australiana Triple J foram bem além disso, deixando claro que a continuação não desceu bem para ele.
Crowe viveu Maximus no filme de 2000, papel que o levou ao Oscar e que acabou marcando sua carreira. Por isso, ouvir o ator comentar porque a nova produção não funcionou para ele oferece uma visão interessante de como ele entendia o personagem e por que qualquer mudança fora desse eixo o incomoda.
Para Crowe, o impacto do primeiro filme nunca esteve na grandiosidade das batalhas. Ele aponta que o erro do novo longa começa justamente por esquecer o que realmente importava.
Segundo ele, a equipe do segundo filme não entendeu que o que tornava “Gladiador” especial não era o espetáculo visual, mas o senso moral que guiava Maximus. Era isso que sustentava todo o arco do herói.
O ator lembrou que esse aspecto do personagem precisou ser defendido diariamente durante as filmagens do primeiro filme, já que nem todos na produção pareciam alinhados com essa visão.
Ele contou que ouviu sugestões de cenas que, na sua opinião, destruíam a essência de Maximus, como propostas de relações extraconjugais. Para ele, isso tiraria a força emocional do personagem e contrariaria o amor inabalável que Maximus tinha pela esposa, que é justamente o motor de toda a trama. Se essa lealdade fosse quebrada, todo o caminho do herói perderia sentido.
Esse é um dos motivos pelos quais Crowe ficou especialmente frustrado com uma das escolhas narrativas de Gladiador II.
A sequência insinua que Maximus teve um caso com Lucilla, vivida novamente por Connie Nielsen, e que dessa relação nasceu Lucius, agora interpretado por Paul Mescal. Para Crowe, essa revelação contradiz o que sempre sustentou o personagem.
O ator também comentou que nunca foi procurado por Ridley Scott ou pela equipe do novo filme à medida que o projeto avançava, algo que ele diz não ter esperado de Mescal, já que Maximus está morto e sua história chegou ao fim no primeiro filme.
Ainda assim, Crowe reconhece que vive repetindo respostas sobre um longa no qual não tem participação alguma, o que já o deixou irritado antes. Ele brinca que deveria ser pago pela quantidade de perguntas que recebe sobre “Gladiador II”, embora admita sentir um leve toque de nostalgia, lembrando o quanto aquele papel marcou sua vida.
As críticas de Crowe ajudam a entender por que ele acredita que o original se tornou um clássico e por que a continuação, na visão dele, perdeu exatamente aquilo que fazia Maximus e sua jornada ressoarem com tanta força.
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