Enquanto muitos começaram a ver A Casa do Dragão mirando na experiência de Game of Thrones, temos de combinar que a experiência anda saindo bastante da curva e se tornando uma obra própria dentro deste universo. Isso é firmado ainda mais no terceiro episódio, que foca em grandes batalhas, dentro e fora dos campos de guerra.
Enquanto vemos Daemon e Corlys em sua incursão dentro de Passopedra, invocando dragões e encarando um conflito que está seguindo além do que esperavam, também pudemos assistir um grande impasse na sala do trono. Viserys e Rhaenyra não andam se entendendo desde que o rei tomou sua melhor amiga como esposa e não parece que as coisas se acertarão entre os dois. Não tão cedo, pelo menos.
Devemos classificar tudo o que vimos ali como “muito interessante”. Desde o visual e o sangue dentro dos combates quanto dos argumentos e discussões que são apresentados na tela. Enquanto tudo isso acontece, vemos um pouco mais também do orgulho Targaryen: Daemon e Viserys são extremamente fechados em suas ideias e, qualquer coisa que tente alterar isso, não é tratada de forma amigável. E é aí que mora o grande perigo para os dois.
Conflitos em ascensão de A Casa do Dragão
Durante o capítulo 3 de A Casa do Dragão, somos apresentados ao grande combate que Corlys convidou Daemon a participar. O que o jovem acreditou que seria resolvido brevemente com seu dragão, na verdade se estendeu por três anos e já está acabando com os recursos e paciência de todos ao seu redor. Enquanto isso, os caranguejos expandem seus territórios e mantém o controle sobre o local que estão instalados.
Ao mesmo tempo, Viserys precisa encarar uma dura realidade: ele abriu um imenso abismo entre si e sua própria filha Rhaenyra. Além de se casar com a jovem Alicent Hightower, ele também conseguiu ter o que tanto esperava: um filho homem. Enquanto ele mantém a menina como a herdeira ao trono, muitos começam a questionar se não é uma opção melhor nomear o bebê do sexo masculino. E o desconforto que isso causa começa a ser extremamente visível.
O lema da família, “Fogo e Sangue” é extremamente bem representado através de suas atitudes e personalidades. Nenhum deles aparenta saber lidar com as situações de “cabeça fria”, levando todas as situações ao extremo no que estão vivendo. Desde o descontrole de Daemon em frente aos soldados até mesmo à discussão acalorada em meio de uma grandiosa festa cheia de convidados, fica cristalino os problemas internos que todos os lados passam e gera incertezas por todo o reino.
E é ali que nasce os embates políticos que vemos tomar conta de Westeros e perduram até Game of Thrones. Todos querem uma porção do poder em A Casa do Dragão e farão de tudo para escalar até lá. Porém, ficam ainda mais claras as maquinações que a Mão do Rei, o regente de Hightower, toma para encaminhar a situação para algo ainda mais favorável ao seu lado. Após ceder a própria filha ao rei, ele tenta agora fazer com que seu neto se torne o próximo líder de Westeros.
O que ele não considera é o poder que Rhaenyra exerce sobre todos. Para Alicent, ela continua sendo a sua melhor amiga. Ainda que ambas não se falem mais com o passar dos anos. Daemon, por mais orgulhoso e irado que pareça, tem um encanto sem precedentes pela prima. Viserys vê nela a si mesmo, abrindo uma brecha em seu coração para realmente considerá-la a próxima rainha da região. Ainda que a profecia que lhe foi apresentada falasse sobre um homem naquela posição.
Dignidade ou Loucura?
Tudo isso faz do episódio algo espetacular para se assistir. Repleto de cenas fortes e que exigem bastante de cada atuação, é difícil demais apontar falhas quando a produção trabalhou ao máximo para reduzí-las. Do cenário político ao CGI, o que vemos é impressionante em várias camadas: da principal até às palavras que não são ditas durante toda a sua duração. Inclusive, o que é subentendido fica ainda mais claro do que as coisas que falam em cada diálogo.
Vale notar que o combate de Passopedra em A Casa de Dragão não foi tão grandioso quanto o que esperávamos pelo domínio total que os répteis possuem dentro do campo de guerra. Apesar de ser impressionante ver mais de um voando e atirando fogo em tudo e até suas diferenças corporais, fica claro que os seus inimigos não tem a menor chance de combater aquilo. É uma arma poderosa demais e todos sabem disso.
Se esperava por algo diferente, terá de aguardar pelos próximos capítulos para vermos algo que impacte mesmo Westeros. Como o próprio Viserys disse anteriormente, uma guerra só acontece quando algo inevitável já está na frente de todos e apenas isso restará. E é exatamente o que eles têm construído, não fora de seus muros, mas dentro de sua própria família. A história é clara: os Targaryen só possuem duas personalidades que subjugam tudo, ou são reis dignos ou são loucos.
Se pensarmos em dignidade, a personagem que tem maior inclinação para isso é Rhaenyra. Por mais que você ignore este fato, ela é uma adolescente ainda e pode questionar isso, mas ainda está centrada nas coisas que diz e naquilo que apresenta. Porém, o poder não está sob suas mãos e veremos ainda muita coisa acontecer entre os personagens até algo inevitável surgir na frente deles. Não deve demorar para rolar, o que deixa os fãs ainda mais ansiosos. Quem não quer ver os dragões em sua performance mais grandiosa?
A Casa do Dragão será exibido todos os domingos a partir das 22h na HBO Max. Veja mais em Críticas de Séries!