Os “finalmentes” chegaram em A Casa do Dragão, mostrando os primeiros conflitos diretos entre os exércitos de Aegon e Rhaenyra pelo controle de Westeros. Com Daemon em Harrenhal e a herdeira do trono fora da Pedra do Dragão, a situação começa a ferver e direciona todos para o início de uma guerra mais direta.

O quarto episódio do seriado tem diversas cenas que trabalham muito bem a força de seus personagens e do elenco, mas gostaria de destacar também o trabalho da equipe de CGI – os dragões são um show à parte e merecem toda a atenção que recebem, principalmente de um público cada vez mais exigente neste quesito.

Fogo em A Casa do Dragão

Há muitas nuances em A Casa do Dragão e gosto de ver quando as colocam em evidência para o público. A real relação entre Corlys e Alyn, o fato de ambos os Conselhos desejando atropelar a decisão de seus regentes (seja do lado de Aegon quanto de Rhaenyra) e até mesmo o descaso de Jacaerys e Alicent em relação ao caminho escolhido por estes.

Vamos ser honestos, Aegon não tem condições de governar e sua mentalidade é deveras atrasada em comparação à mente estratégica de Aemond ou às políticas como Alicent e Otto Hightower. Ainda assim, a produção torna perfeitamente compreensível sua motivação para seguir pessoalmente a um conflito em que não deveria estar – tentando se provar aos demais, mesmo sendo um erro.

Outro ponto que merece a atenção do público de A Casa do Dragão é Rhaenys, que roubou todas as cenas em que esteve inclusa e mostrou que idade não significa nada quanto se monta um poderoso dragão. Mesmo contra dois e com seu destino definido, ela não recuou nem por um instante e mostrou a força dos Targaryen neste primeiro conflito.

Bom, como disse acima, as cenas em CGI foram muito bem-executadas também e me surpreendi com a qualidade que apresentaram. Desta vez não teve névoa ou tempestade que escondesse o movimento dos dragões, então saí bem satisfeito de todos os detalhes que foram inclusos em cada um deles.

Começou o banho de sangue

E com o início da guerra em definitivo de A Casa do Dragão, também vemos o começo do banho de sangue. Como em Game of Thrones, ninguém está seguro e qualquer personagem pode morrer – ou ser gravemente ferido – a qualquer instante. O duelo de forças pode ser entre Rhaenyra e Alicent, mas não serão as duas que sofrerão suas consequências diretas – e sim seus aliados.

O que me deixa um pouco “chateado” com toda a narrativa é a repetição dos inúmeros “devia”. Rhaenys devia ter queimado todos os verdes durante a coroação. Aegon devia ter um controle maior de seu Conselho e impor sua liderança de forma séria. Daemon devia ter apoiado Rhaenyra e auxiliado na tomada de decisões – ao invés de parar em um castelo e família que já não tem mais forças.

Esta sucessão de decisões erradas me traz a impressão que toda a guerra se deve mais à incompetência dos personagens de A Casa do Dragão do que o objetivo de assumir o trono de Westeros. Tira um pouco da genialidade estratégica e militar dos personagens, deixando a situação se tornar mais um plano de vingança e contenção de danos a curto prazo.

Claro que quem ganha com isso somos nós, os espectadores. Afinal de contas, é o que trará o embate de dragões, mortes e todo o conflito que veremos daqui em diante. Ainda assim, eu acredito que o roteiro poderia ter deixado a situação menos na mão do caos e sim com armações mais estratégicas para valorizar os personagens da série.

A segunda temporada de A Casa do Dragão está sendo exibido pela Max todo domingo, a partir das 22h (horário de Brasília). Veja mais em Críticas de Séries!

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