Tivemos na noite de ontem a exibição do último episódio de A Casa do Dragão e, primeiramente, gostaria de ressaltar que todos os diálogos e construção tem uma grande construção – montando todo o cenário que nos levará até a icônica guerra que eliminou os répteis alados em Westeros.

Porém, nada disso funciona sem trazer um pouco mais de ação aos seus personagens – algo que ocorre não apenas no oitavo capítulo e season finale, mas durante toda a temporada. Tivemos uma sequência no episódio 4 e vimos os dragões no sétimo. Tirando isso, o restante não passou de longas e extensas cenas de diálogos e alucinações.

Tédio em A Casa do Dragão

Costumo não reclamar muito de episódios de transição, que mostram o que acontece antes ou depois de grandes eventos – geralmente focados em consequências ou preparativos. Porém, em A Casa do Dragão, tivemos talvez o primeiro exemplo de “temporada de transição”.

Tivemos trapalhadas de Daemon que resultaram em ainda mais caos, Aegon indo para uma batalha que sequer era para estar presente e acabando queimado no caminho, Alicent e Rhaenyra mais tontas do que qualquer outra coisa – tentando contornar os erros dos outros enquanto sua soberania era questionada. Enfim, foi uma grande bagunça, digna de “A Praça é Nossa”.

O último episódio de A Casa do Dragão tenta não reforçar isso, mas mostra que é em vão. O segundo diálogo entre Rhaenyra e Alicent, por exemplo, fecha um acordo que já está fadado ao fracasso – isso porque Aegon, mais uma vez, decide agir sem consultar ninguém e provocará um problema grande para quem restar por ali.

De resto, até reconheço certo esforço para construir algo impactante. Daemon se ajoelhando e reconhecendo Rhaenyra, Corlys levando uma grande “lapada” de seu filho bastardo e até mesmo Sir Tyland em Essos foi divertido e trouxe contornos interessantes para a narrativa. Nada disso foi ruim. A questão é: devia ter ocorrido em um season finale?

Ao invés de trazer um grande clímax, algo épico que levasse o público a desejar ver o que ocorreria em seguida…vimos um grande trailer. Foi uma hora e um pouco mais de duração de um “teaser” do que virá a seguir. E se pensar bem, verá que não foi apenas neste episódio, mas em toda a temporada, que prepararam algo que sequer vimos – e sequer veremos em ao menos dois anos.

Um acerto em meio à confusão

Porém, temos de dar os méritos necessários onde merecem: a sequência de Daemon enxergando o “futuro” e percebendo que não apenas Rhaenyra é a rainha legítima, como apenas ela levará a saga até Daenerys – que é a figura “prometida” da lenda que será responsável por salvar Westeros – foi de uma beleza ímpar e o toque de “mistério” que ainda não tinha sido visto no seriado.

A conexão entre A Casa do Dragão e Game of Thrones também levanta a questão se o antigo seriado encerrou com uma história “equivocada” ou não. Se Daenerys é mesmo a salvadora, porque foi Arya quem derrota o Rei da Noite? E o que temos de Jon Snow, descoberto Targaryen e também reconhecido como o “Azhor Ahai” e com nome de nascença de “Aegon”?

A grande questão é: a HBO finalmente reconheceu o fim de Game of Thrones como algo que chegou “errado” na série? Ou estamos lidando com possibilidades e talvez uma realidade alternativa aqui? Algo como esquecer tudo aquilo e reconstruir sua história – desta vez mais alinhada ao que os livros e história propõe. Enfim, não é hoje que saberemos, mas que foi muito interessante, isso foi.

De resto, a série nos trouxe um conteúdo limitado a corredores e muralhas vazias e com centenas de diálogos que podiam ter sido reduzidos para caber ao menos mais um ou dois grandes confrontos na história. Não me entendam errado, caros leitores, construção é interessante, mas quando há apenas ela e não o seu resultado, isso se chama conteúdo entediante. E é assim que a temporada inteira ressoa.

Todos os episódios da segunda temporada de A Casa do Dragão já estão disponíveis na Max. Veja mais em Críticas de Séries!

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