O artista forense sueco Oscar Nilsson recria rostos ancestrais da Europa em esculturas hiper-realistas. As reconstituições são baseadas em dados científicos, como análise de DNA e datação por carbono.
O projeto de Oscar se baseia em detalhes que cientistas obtiveram dos restos mortais das pessoas que tiveram seus rostos recriados.
De acordo com o curador do Royal Pavilion & Museums, Richard Le Saux, foram utilizados datação por radiocarbono, coleção de placa dentária e análise de DNA que detalha a cor dos olhos, da pele e dos cabelos de cada pessoa.
O processo de recriação dos rostos consiste em réplicas impressas em 3D dos crânios. Após analisar os dados sobre a herança de cada indivíduo e a idade na morte, Oscar usa argila de plasticina para esculpir os músculos, que em seguida são cobertos de pele artificial. Por último são preenchidos os detalhes, como rugas e poros.
“Uso silicone, olhos protéticos e cabelo humano real”, diz o artista. “São reconstruções forensicamente feitas músculo a músculo. É muito próximo de como elas se pareciam.”
As esculturas estão em exibição na Galeria de Arqueologia Elaine Evans, na Inglaterra.
As faces acima são de uma mulher Neandertal, encontrada em Gilbratar, e um homem Cro-Magnon, da França, que revelam a história dos primeiros humanos da Europa. A pesquisa de DNA mostrou que os Cro-Magnons tinham pele escura.
Esta mulher de 20 anos, também chamada de menina Whitehawk, foi enterrada há 5,6 mil anos com um pequeno bebê em seu peito, indício de que ela morreu no parto durante o período neolítico. Seus restos mortais não tinham DNA preservado, mas outras sepulturas de seu período revelaram seu material genético.
“A cor da sua pele é pelo menos como as pessoas de hoje vivendo no norte da África, ou um pouco mais escuras”, explicou o artista ao LiveScience.
A senhora Patcham é uma romano-britânica que viveu em meados de 250 d.C. Constataram que ela provavelmente foi assassinada.
“Seu esqueleto mostra que ela teve uma vida difícil. Sua espinha [pode] ter sofrido com o trabalho duro, resultando em uma condição espinhal chamada nódulos de Schmorl”, disse o artista.
O mais curioso de tudo é o sepultamento da mulher. Foi encontrado um prego na parte de trás de sua cabeça.
“Ou, mais intrigante, poderia ser sinal de crenças supersticiosas. Há exemplos de pessoas mortas sendo enterradas com pregos e em torno delas para impedi-las de assombrar o bairro após a morte”, Oscar comentou.
O homem de Slonk Hill viveu na Inglaterra por volta de 250 a.C, e morreu entre os 24 e 31 anos de idade.
“Seus ossos contam a história de um homem que viveu bem, sendo robusto, forte e saudável. Ele também tinha características faciais bonitas. Ele tem lacunas e espaços entre os dentes, condição chamada diastema.”, disse Oscar.
No homem, Oscar fez um penteado chamado “nó de Suebian”, que consiste em um coque lateral. Ele explica que “Várias tribos germânicas têm variações desse penteado”.
Acompanhe o trabalho de Oscar Nilsson no site oficial.