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As baixas vendas de Battlefield V é uma lição aos títulos AAA

Recentemente, Andrew Wilson, o CEO da Electronic Arts, comentou que as baixas vendas de Battlefield V teriam relação com o fato da empresa priorizar o modo de campanha para um jogador, ao invés de um Battle Royale.

No entanto, muitos jogadores têm certeza que esta não foi a questão em torno das baixas vendas relacionadas ao título.

O que aconteceu é que Battlefield tem uma enorme base de fãs no mundo todo. E quem joga Battlefield espera algumas coisas básicas que todo game da série costuma(va) oferecer: uma experiência imersiva nos períodos de grandes guerras, jogabilidade fluida, visual, som, modo online e tudo o que um jogo de guerra de primeira qualidade pode oferecer.

Acontece que nesta edição, tudo deu errado.

Quando ocorreu o lançamento, o game chegou ao mercado cheio de bugs. Provavelmente devido ao curto tempo de desenvolvimento, de apenas dois anos.

O resultado foi uma série de problemas que tornaram o jogo realmente “quebrado” na época do lançamento, e bugs que simplesmente não permitem sair do jogo ou entrar em uma nova partida sem esperar vários minutos. Ou até para sempre, a ponto de ter de reiniciar o jogo.

Outro ponto é que o game parece uma nova roupagem de Battlefield 1. São as mesmas armas, com novas skins, e uma pequena quantidade de mapas para batalhar. E esses mapas sem a criatividade característica da série. Ou seja, nada tão criativo e interessante que realmente proporcione uma diversão épica como os outros títulos.

Como Battlefield é um gigante título da indústria, o qual permite 64 jogadores em uma mesma partida online – é realmente triste ver como o novo game da série perdeu qualidade em relação aos games anteriores.

Justamente o foco na grana tem a ver com as baixas vendas de Battlefield V

A DICE é uma excelente produtora. Já desenvolveu magníficos títulos da série no passado. E o problema provavelmente está na relação entre acionistas/desenvolvedora – especialmente porque os “donos da grana” pressionam muito para lançar o jogo logo e fazer uma montanha de dinheiro.

Não é bem assim. E a Blizzard inclusive provou disso recentemente com o anúncio de um novo Diablo… para dispositivos móveis.

O fato é que as desenvolvedoras devem priorizar a sua base de fãs. Entregar um game com conteúdo substancial, e basicamente atender a sua demanda de diversão e imersão.

Jogos independentes têm dado um excelente exemplo de como isso dá certo. Comumente editoras de títulos indie dão bastante liberdade para os desenvolvedores – ao invés de focar apenas nos resultados financeiros.

Pelo que fica bastante implícito, a Electronic Arts é uma gigante da indústria que vem se distanciando da arte de fazer games, para se aproximar da arte de fazer dinheiro. E isso tem sido revelado recorrentemente em alguns de seus títulos.

Eles apenas precisam fazer jogos. Assim como a indústria independente vem fazendo. E a consequência deve ser o dinheiro. Não ao contrário.

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