O telescópio Hubble completou 30 anos de exploração espacial. Para celebrar três décadas de atividade, a NASA selecionou as imagens mais emblemáticas que o viajante espacial capturou ao longo de sua jornada.
Lançado em 1990 do Centro Espacial John F. Kennedy, o Hubble foi enviado ao espaço para examinar galáxias distantes e ajudar cientistas a entenderem melhor a história e o futuro do nosso universo.
Seus dados permitiram que fosse possível estudar, fotografar e identificar, com muitos mais detalhes, estruturas e corpos celestes até então desconhecidos.
O nome Hubble é uma homenagem ao astrônomo americano Edwin P. Hubble, que confirmou a base para a teoria do Big Bang: o universo está em constante expansão.
Mas a idealização do telescópio começou em 1946, com o físico Lyman Spitzer. Na época, ele era pesquisador e professor da Universidade de Yale.
Em um artigo intitulado “Vantagens astronômicas de um observatório extraterrestre”, ele argumentava que um telescópio espacial seria capaz de detectar frequências eletromagnéticas e capturar imagens mais nítidas do que telescópios terrestres.
Na década de 70, Spitzer ajudou a liderar os esforços de lobby da NASA para o Hubble. Um telescópio finalmente foi batizado com seu nome em 2003, o Telescópio Espacial Spitzer, da NASA.
O Hubble capturou sua primeira imagem pouco mais de um mês após começar a explorar o espaço: um aglomerado de estrelas a 1.300 anos-luz de distância, chamada NGC 352. Uma fotografia monocromática com qualidade precária quando comparada aos registros atuais.
Se tratava da “primeira luz” de Hubble. Um processo que ocorre quando, pela primeira vez, a luz viaja através da óptica do telescópio e atinge seus detectores. Geralmente, por serem inexpressivas, essas imagens de teste não divulgadas ao público.
No entanto, na época, a imprensa foi convidada a assistir o momento em que Hubble “abriu seus olhos” pela primeira vez, e não causou nenhuma comoção. Dizem que alguém até perguntou: “É assim que deveria parecer?”.
Desde então, Hubble passou por cinco missões de manutenção, de 1993 e 2009, nas quais astronautas realizaram reparos e atualizações em órbita. Esse pode ser o motivo por trás da longevidade do telescópio, diz a NASA.
A expectativa da agência espacial é de que o telescópio permaneça ativo durante a década de 2020, em sinergia com seu sucessor James Webb, telescópio que deve ser lançado em 2021.
Recife Cósmico
Como celebração dos 30 anos do telescópio, a NASA também divulgou uma imagem inédita capturada por ele.
Apelidada de Recife Cósmico, a foto mostra a nebulosa vermelha NGC 2014 e sua vizinha azul NGC 2020, que integram uma região de formação de estrelas na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da Via Láctea, localizada a 163.000 anos-luz de distância da Terra.
Uma imagem como esta representa os anos de avanços tecnológicos e manutenções do telescópio, que é capaz de detectar luz ultravioleta e infravermelha.
O Hubble já fez 1,4 milhão de observações e contribuiu com dados para mais de 17 mil artigos científicos. E ainda tem muito para nos contar.
As imagens emblemáticas do telescópio Hubble
As imagens do Hubble, assim como as de outras sondas espaciais, são verdadeiras máquinas do tempo.
Isso porque a luz precisa viajar por distâncias imensas. Quanto mais longe, mais tempo ela demora para chegar. Sendo assim, o evento capturado pode ter acontecido há minutos, segundos, anos, séculos ou milênios atrás.
Leia também: Descubra o que o Hubble fotografou no dia do seu aniversário