Nos anos 1960, o fotógrafo Franco Turcati começou sua carreira clicando carros da Alfa Romeo para a Monzeglio, uma concessionária de Turim que mais tarde se tornou a primeira importadora de motos Suzuki na Itália. Sua entrada no mundo da publicidade aconteceu em 1965, quando ele produziu as primeiras campanhas italianas da marca japonesa usando uma Nikon F com uma lente teleobjetiva de 300mm.
Uma de suas campanhas mais marcantes, “Io Suzuki e Tu?”, misturava motocicletas com modelos femininas, capturando não só o olhar masculino da época, mas também as transformações na moda e no comportamento das mulheres. Outra peça, inspirada no livro A Revolução dos Bichos, de George Orwell, gerou polêmica com seu slogan provocativo, a ponto de ser censurada pelo recém-criado órgão regulador de publicidade do país.
Os protestos não pararam por aí. Movimentos feministas e ativistas como Angelo Pezzana cobriram os outdoors da campanha com adesivos, acusando a marca de sexismo. Diante da pressão, a Suzuki mudou de estratégia e lançou a campanha “Suzuki Steel Island”, que, no entanto, não repetiu o mesmo sucesso. A matriz japonesa decidiu então adotar um tom mais contido para competir com rivais como Honda e Kawasaki.
A marca se juntou à agência milanesa OPIT para produzir uma nova campanha no circuito de Monza, mas Turcati achou o resultado sem inspiração. Para ele, a publicidade estava perdendo sua essência criativa, especialmente com a chegada dos computadores Macintosh, que padronizaram designs e limitaram a inovação. Ele criticava a falta de conhecimento em tipografia e design entre as novas gerações de publicitários.
Turcati, que no início de carreira vivia de debates intensos com empresários e diretores de arte, sentiu que, com as mudanças no mercado, o crescimento profissional se tornou mais raro. Suas campanhas ousadas marcaram uma época, mas também revelaram como a publicidade e a sociedade estavam em constante transformação.






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