O berço da civilização, a Grécia, é o pano de fundo de Assassin’s Creed: Odyssey, que acompanha uma verdadeira odisseia no mundo antigo – contada sob a perspectiva de um mercenário (ou mercenária) que atravessa continentes em busca de respostas sobre a sua própria história.

Tudo começa na pele de Leônidas, o grande rei grego que lutou nas batalhas de Termópilas contra o temido rei Xerxes, da Pérsia. Em forma de tutorial, e de forma muito mais ágil e intuitiva do que os outros games da série, encarnamos o próprio rei para aprender os comandos básicos do jogo.

Em seguida há a possibilidade de escolher se vivemos a história na pele de Kassandra ou Alexios – cidadãos da ilha de Kefalonia adotados por um muambeiro chamado Marco.

Apesar de ambos terem a personalidade bem diferente um do outro, a história de ambos os personagens, qualquer que você escolha, segue a mesma, sendo que eles apenas têm os papeis invertidos na história.

O GEEKNESS escolheu acompanhar a história na pele de Kassandra. Especialmente por ela ser mulher e não vermos tanta representação feminina nos games. Principalmente na série Assassin’s Creed.

A odisseia de uma mercenária

A narrativa começa durante a guerra interna na Grécia, em que Atenas e Esparta travaram uma dura batalha para ver quem dominava o país e as suas ilhas.

Em um vasto e maravilhoso mundo aberto, a principal adição de Odyssey estão nas escolhas e em um modo “RPG” de se jogar.

Do início ao final, você pode escolher como quer jogar. Se prefere bater de frente e cair na porrada em combates, ou algo mais sorrateiro. E também em relação aos diálogos com personagens, como você quer agir, por quem deve lutar e assim por diante.

Dependendo de quais diálogos você seleciona, inclusive, a(o) personagem pode se envolver romanticamente com NPC’s (incluindo sexualmente) ou simplesmente desprezar tudo e todos. As opções também mudam os rumos de missões e como a personagem é vista popularmente.

O mais interessante deste capítulo é que a enrolação foi deixada de lado para dar espaço à pancadaria e ação rápida e ininterrupta.

Se você, como nós, sofria com missões lentas e demoradas no estilo “espionagem”, ou não curtia ficar esperando muito para concluir alguma coisa ou entrar em batalha – este game será um grande parque de diversões.

No estilo e com grandes referências a The Witcher III, os personagens se mostram muito bem escritos e com personalidades fortes. E as inúmeras missões principais ou secundárias garantem dezenas ou até centenas de horas de jogo.

Devido à grande variedade de coisas para fazer e também por ter uma ampla árvore de habilidades e armas (variam entre espadas, adagas, lanças, foices, arco e flecha), o jogo não se torna repetitivo nem enjoa. Especialmente pelos seus gráficos excelentes (melhores ainda em 4K no Xbox One X ou PS4 Pro) e pela jogabilidade fluida, rápida e certeira que os combates e comandos em geral oferecem.

Tudo é muito rápido, intuitivo e simples. O personagem de move com rapidez, escala, pula, chega aos lugares facilmente seja a pé, a cavalo ou velejando – como em Assassin’s Creed: Black Flag, o que inclui também as batalhas navais. No aspecto de jogabilidade e fluidez, este game dá um banho em Red Dead Redemption 2 – que muitas vezes se mostra muito travado e lento para acontecer alguma coisa.

Além disso, os diálogos são consistentes e vez ou outra até oferecem aprendizado histórico sobre a época em questão.

Sem falar na participação de grandes personalidades como Heródoto, Péricles, Sócrates e Hipócrates, que dão um tom a mais para o fator épico que o game oferece.

A história principal dos personagens Kassandra / Alexios de fato não prendem a atenção e prendem tanto o jogador. Mas este game é tão divertido que você nem vai se importar muito com que está por vir, e joga na inércia de descobrir os mais diversos tipos de personagens, acontecimentos e eventos que ocorrem ao longo da jornada.

O que vale aqui, de fato, é o tempo durante a odisseia. E não o final da jornada.

Apesar da leve ilusão de haver um impacto grande a cada decisão, um  ponto a se considerar é que nem sempre as escolhas oferecem impacto significativo na história ou no mundo como um todo.

Os personagens podem, por exemplo, escolher lutar para Atenas ou para Esparta em batalhas para dominar determinados continentes. Isso, no entanto, não muda em nada o rumo da história ou o jogo em geral (a não ser os soldados que ocupam cada local dos continentes e ilhas).

Neste aspecto, o fator de liberdade de escolha não foi tão determinante, mesmo que em outros momentos serem bem definitivos para completar missões importantes durante a história.

De qualquer forma, o GEEKNESS certamente escolheu defender Atenas no máximo de batalhas possível, a não ser quando obrigado a lutar por Esparta. Por questões ideológicas, claro: Atenas é o berço da democracia, onde filósofos e artistas lutavam para um mundo mais livre – enquanto Esparta representava a força bruta e aniquiladora, onde provavelmente nascia o ideal fascista.

A questão é que não são apenas as batalhas que moldam este game, mas sim há muita coisa para fazer.

São centenas de missões que passeiam entre ajudar simples fazendeiros até descobrir profundas intrigas entre os poderosos da sociedade grega da época.

Você pode simplesmente velejar e explorar os vastos ambientes, dominar campos de ladrões e bandidos, submeter soldados, caçar mercenários que buscam sua cabeça, recrutar novos membros de patente para o seu navio, procurar novos e poderosos itens, caçar feras perigosas ou eliminar líderes para dominar terras a favor de Esparta ou Atenas, entre outras atividades.

Tudo isso enquanto tenta manter a cabeça colada no corpo, já que suas empreitadas atraem atenção também de outros mercenários — que como você, buscam ouro em troca de matança. Logo, você vira um alvo, e precisa duelar com esses campeões. Ou simplesmente pagar o preço pela sua cabeça ao “patrocinador”, para que te deixem em paz.

Assassin’s Creed Odyssey é um jogo longo, muito bem produzido e que surpreende. Principalmente se formos compará-lo com os outros jogos da franquia. Este título em especial é maior, mais bem acabado, e extremamente mais divertido do que qualquer outro da saga. Não só pela temática da Grécia antiga, mas pelas excelentes novas mecânicas, opções de escolha, personagens e uma infinidade de coisas para fazer.

Uma verdadeira odisseia cheia de atrações, desafios, perigos, doses de humor, de informação, conteúdo educativo, controvérsias, mistérios. Tudo em um mundo muito bem desenhado e apresentado, com excelentes mecânicas as quais prendem qualquer fã de ação e história. Aproveite a jornada!

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