Se em Odyssey a gente viveu o mundo da Grécia Antiga com Sócrates, Péricles, filósofos e Imperadores, em Assassin’s Creed: Valhalla, é hora de conferir de perto a vida dos Vikings, com Odin, Thor, os filhos de Ragnar Lothbrok e outras personalidades grotescas.

O novo game da Ubisoft continua o legado de explorar culturas e desta vez foca nos nórdicos, aquele povo quase bárbaro que saqueava, estuprava e devastava tudo que via pela frente para expandir territorialmente e montar seus assentamentos.

Diferente das retratações que vemos em seriados e produtos da cultura pop em geral, aqui os Vikings são mostrados um pouco mais como eram: sanguinários, assassinos e com estratégias de conquista brutas para cima de seus inimigos.

Assassin’s Creed: Valhalla, uma épica jornada Viking no melhor game da série até agora

Pancadaria, exploração e muita coisa para fazer

Na história, acompanhamos Eivor (tanto do sexo masculino como feminino, você escolhe) e seu irmão Sigurd, enquanto buscam um novo lar nas terras da Inglaterra Anglo-Saxã – após conflitos na Noruega que os levaram a deixar a terra natal em busca de riquezas e progresso.

O objetivo é forjar alianças para construir uma vida de glória, que como todo Viking almeja, para finalmente terminar a sua caminhada caminhando para entrar nos portões de Valhalla e bradando um machado em companhia dos deuses.

Os personagens, as situações, a variedade de missões, narrativa em geral são muito interessantes, e até parece que estamos assistindo uma série em seus muitos diálogos que tecem o enredo cheio de ação e algumas reviravoltas.

Quando falamos que a retratação é até melhor, é porque vemos, logo no início do jogo, a representação de personagens famosos da história, como Ivarr e Ubba (os filhos de Ragnar), com mais proximidade do que eram, e não galãs como vemos na produção “Vikings”, do History Channel. E isso dá todo um toque interessante para o game.

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Além disso, a ambientação é magnífica. Um tanto obscura, mas ao mesmo tempo com uma beleza enorme. O mundo aberto criado para este jogo retrata a época e a Inglaterra com maestria, e há centenas de locais para explorar e descobrir. Cada um deles com paisagens magníficas para apreciar. Especialmente quando o jogo apresenta efeitos HDR e pode ser jogado nos consoles de nova geração. No nosso caso, testamos o game na versão aprimorada para Xbox Series S, e podemos dizer que tudo está maravilhoso e o visual é um espetáculo neste jogo.

A jogabilidade segue a mesma linha que Assassin’s Creed: Odyssey. Isso significa que dá mais espaço para a ação e fluidez do que os modelos mais truncados do que as versões mais antigas do título. Dá para escalar facilmente quase qualquer construção, pedra, montanha, para explorar os mais diversos locais e encontrar segredos, itens ou completar missões.

Os combates estão bem fluídos e permite que você use diversas armas entre machados, espadas, escudos, arco e flecha e monte a sua maneira de jogar.

A diferença maior nesta versão está nas habilidades especiais. Agora, o jogador precisa explorar para encontrar aptidões, que são os “poderes”. Quanto mais você joga e explora, pode melhorar o seu personagem em combate, com habilidades que consomem adrenalina (esta que se completa quando você desfere golpes nos inimigos).

Basicamente, há golpes leves e pesados, desvios e a defesa. Os golpes pesados servem para quebrar a defesa do inimigo. A defesa serve para levar menos dano com investidas inimigas ou para aparar golpes, se pressionado o botão na hora certa. E o desvio, para se livrar de golpes indefensáveis – normalmente típicos de chefões ou soldados mais fortes.

O balanço das batalhas está ótimo. Nem muito fácil, nem muito difícil. Naturalmente você morrerá algumas vezes até pegar o jeito.

Além disso, há uma árvore extensa de aprimoramentos que podem destravar também habilidades ativas e passivas do personagem. Como aumento de defesa, ataque, etc. E golpes úteis como pisotear, flechadas mais poderosas, assassinatos que restauram adrenalina e assim por diante.

Essa árvore, porém, fica sob uma névoa, e você precisa usar pontos de habilidade para ver para onde seguir. Algo um tanto incômodo, mas não irreversível, já que é possível redefinir essas habilidades a qualquer momento. Ou seja, se você colocou um ponto onde não queria, dá para voltar a ação.

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Gerenciamento de um acampamento Viking

Em Assassin’s Creed: Valhalla, há também um foco muito grande na exploração e também para encontrar riquezas. Isso permite que tanto o seu personagem se desenvolva, quanto o seu acampamento.

Uma das coisas mais divertidas a se fazer, inclusive, é saquear assentamentos e monastérios. Que, diga-se de passagem, eram ações amplamente realizadas por vikings naquela época. Portanto, com seu Dracar (o barco), você pode encostar em um monastério e atacar em companhia de seus guerreiros, coletar riquezas, recursos e voltar para casa para aprimorar o local.

Ravenstorphe, como é chamado o acampamento que Eivor e seu irmão criam, pode ser aprimorado com diversos serviços e casas, que liberam benefícios, itens, missões para realizar durante a aventura. Uma dessas casas, inclusive, se refere a Ordem dos Assassinos – que coloca você no papel de rastrear e eliminar membros da ordem rival, os Templários (que ali ainda não eram chamados dessa forma).

Dá para construir um posto de comércio para comprar e vender itens, uma caserna para gerenciar os guerreiros do Dracar que te acompanham (e até ter uma espécie de guarda-costas que ajuda outros jogadores online), ter um estábulo e aviário para os animais, fábrica de cerveja para bônus de banquetes e muito mais. Este modelo de gerenciamento é muito bem-vindo na série, e traz ainda mais RPG para o game que antes era conhecido apenas pelo seu modo stealth (furtividade).

Toda vez que você deixa o acampamento para seguir alguma missão, há a tentação de ir para um ou outro lado descobrir alguma coisa nova. Seja buscar uma peça de equipamento melhor, uma habilidade, um item, descobrir segredos, explorar ou entrar em batalhas contra inimigos poderosos. Quem sabe pegar o barco e navegar rio adentro em companhia de guerreiros que cantam músicas antigas como prévia de violentas batalhas?

Como todo jogo de mundo aberto, você certamente vai encontrar bugs por aí. Alguns NPCs travados, problemas nos indicadores de onde ir, o que fazer e onde estão as missões, algumas falhas no áudio ou nos gráficos. Mas nada que seja tão inconveniente a ponto de acabar com a diversão. Entendemos que um game dessa magnitude está sujeito a tais problemas, e que isso pode ir se resolvendo à medida que a comunidade reporta erros aos desenvolvedores – que lançam novas atualizações para solucioná-los.

A conclusão sobre Assassin’s Creed: Valhalla

A questão é que, no geral, o equilíbrio em Assassin’s Creed: Valhalla é hipnotizante. Há uma medida certa que um videogame precisa para entreter. A história é boa e interessante, a exploração é divertida, o visual é magnífico, o combate é muito bem trabalhado, a trilha sonora faz jus às cantigas da época. Enfim, tudo faz com que você se sinta dentro do mundo brutal de uma época aterrorizante da humanidade. De uma forma que cada descoberta faça você querer buscar por mais novidades.

E é aí que o jogo chega ao seu auge. A cada hora, mais pontos atrativos surgem, mais senso de progressão você tem. E descobre que este game dura horas e mais horas para você desfrutar e jogar. Só a campanha principal leva em média 50 horas para completar. Se você partir para os extras, quase 80 horas. E para quem quer destrinchar absurdamente tudo que o game tem a oferecer, pode colocar mais de 120 horas de jogo facilmente.

Isso faz com que seja um game realmente valiosos e primoroso. Pois há muita coisa para fazer, e vai te prender por muito tempo. Com a adição de que dá para aprender bastante sobre este intrigante povo que eram os Vikings, e ainda curtir as maravilhosas paisagens que o game oferece.

A série Assassin’s Creed tem se aprimorando cada vez mais ao longo dos anos. Valhalla certamente é a edição mais interessante até agora, se formos falar de todos os pontos que fazem um jogo ser excelente.

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