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Astronauta registra sprite de raio sobre o México em imagem impressionante que parece fogos de artifício cósmicos

No dia 3 de julho de 2025, enquanto sobrevoava o México e o sul dos Estados Unidos a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), a astronauta da NASA Nichole “Vapor” Ayers registrou um fenômeno raro e espetacular: um sprite, um clarão avermelhado que lembra uma água-viva cósmica surgindo dos céus, disparado de uma tempestade logo abaixo.

Esses eventos, conhecidos como Fenômenos Luminosos Transitórios (TLEs), ocorrem na mesosfera, entre 50 e 80 quilômetros acima do solo, bem mais alto do que os raios comuns, que descem das nuvens para a terra. Na imagem capturada por Ayers, é possível ver o brilho vermelho intenso do sprite, com filamentos que se estendem para cima em um espetáculo de luz que dura apenas uma fração de segundo. Como desaparecem tão rápido, são praticamente invisíveis para quem está em terra firme, mas a ISS, voando acima das nuvens, oferece a vista ideal para flagrar esse tipo de fenômeno.

Apesar de relatos de pilotos desde a década de 1950, os sprites só foram fotografados pela primeira vez em 1989 e ainda hoje guardam muitos mistérios. Por que apenas alguns raios dão origem a esses clarões verticais? Imagens como a de Ayers ajudam cientistas a buscar respostas. Projetos como o Spritacular, da própria NASA, incentivam cidadãos a observar e registrar esses fenômenos, enquanto registros vindos do espaço trazem um olhar privilegiado do alto. Segundo Ayers, essas observações em órbita contribuem diretamente para entender como os sprites se formam e como se relacionam com as tempestades abaixo.

Tenente-coronel da Força Aérea dos EUA e integrante da missão Crew-10 da SpaceX, Ayers não está na ISS apenas para tirar fotos. Desde seu lançamento em 14 de março de 2025, ela tem conduzido experimentos que vão desde o comportamento de materiais em chamas no ambiente espacial até os efeitos da microgravidade no corpo humano. A estação, que completa uma volta ao redor da Terra a cada 90 minutos, funciona como um observatório flutuante ideal para registrar fenômenos rápidos ou sutis demais para as câmeras aqui de baixo.

Para a comunidade científica, a imagem capturada por Ayers é uma verdadeira preciosidade. Os sprites, junto com parentes como os blue jets e os ELVES, revelam fenômenos surpreendentes que ocorrem nas camadas superiores da atmosfera terrestre. Muito além de meros shows de luz, eles ajudam a entender como tempestades influenciam regiões altas da atmosfera, e podem, inclusive, ter impactos eletromagnéticos sobre tecnologias que operam em grandes altitudes.

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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Elizangela
Elizangela
3 horas atrás

show!

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