Levaram exatos 15 anos, mas finalmente um novo Battlefield conseguiu igualar, e talvez até ultrapassar, o que Bad Company 2 havia conquistado em 2010: um sistema de destruição de cenários realmente impactante. A nova entrada da franquia, Battlefield 6, resgata com força total um dos elementos mais pedidos pelos fãs em todas as últimas edições da série: o prazer tático (e visual) de destruir tudo à sua volta.
Desde que Bad Company 2 chegou com seus prédios que desmoronavam inteiros sob explosões, o público clamava por um retorno àquele nível de destruição. Battlefield 4 tentou inovar com o chamado Levelution, que mudava o mapa com grandes eventos, como a queda de arranha-céus. Mas, para muitos, aquilo não era a mesma coisa que abrir buracos com um lança-granadas em qualquer parede que se visse pela frente. Já Battlefield 2042 decepcionou ao limitar drasticamente os danos no ambiente: os prédios não podiam mais ruir, e a maior parte das estruturas mal arranhava com os impactos.
Com Battlefield 6, essa realidade muda. O jogo apresenta o que os desenvolvedores chamam de “destruição tática”, um sistema pensado para oferecer o caos que os fãs tanto amam, mas com inteligência e controle por trás dos bastidores. O que parece aleatório, na verdade, é programado para acontecer de forma previsível. Se você atirar um RPG em determinado ponto de uma parede, o buraco será exatamente o mesmo toda vez. A diferença está na animação: os estilhaços, fumaça e entulho se comportam de forma diferente em cada ocasião, criando a sensação de destruição espontânea, mesmo quando não é.

Essa abordagem, segundo os próprios desenvolvedores, foi feita justamente para evitar os problemas que cenários totalmente destrutíveis podem causar em partidas multiplayer: mapas virando terrenos vazios, desequilíbrio de gameplay e até impacto na performance. Mas o resultado em BF6 é convincente e funcional. A destruição voltou a ser parte essencial da tática de jogo, influenciando diretamente o andamento das batalhas, como já acontecia em Bad Company 2, mas agora com um nível técnico mais sofisticado e refinado.
Vale lembrar que Bad Company 2 se destacava também por sua estrutura de partidas mais compactas: lobbies menores, foco no modo Rush (com menos jogadores e movimentação constante pelo mapa) e mapas projetados para suportar destruição sem comprometer o fluxo da partida. Agora, Battlefield 6 consegue recuperar essa essência mesmo em partidas maiores e com tecnologias mais modernas.
Em entrevistas com desenvolvedores, ficou claro que esse retorno ao foco na destruição não foi acidental. Eles destacaram que isso sempre foi um dos pilares centrais da série, mas que só agora encontraram uma forma de implementá-lo de maneira eficiente e sustentável. Com a volta das classes tradicionais e esse novo sistema de destruição, BF6 soa como o verdadeiro retorno que a franquia precisava. É um jogo que escuta o que os fãs vêm pedindo há mais de uma década e, ao que tudo indica, entrega.
A versão final do jogo ainda não foi lançada, mas os betas abertos já têm mostrado o que está por vir. E, para quem tem saudades de ver um prédio vindo abaixo só para frustrar os planos do inimigo, Battlefield 6 é um reencontro com tudo aquilo que tornou Bad Company 2 tão memorável. A diferença é que agora tudo está mais bonito, mais bem pensado e, talvez, até mais divertido. O reinado da destruição está de volta, e promete ficar por um bom tempo.
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