Para quem achava que o universo dos acessórios de celular já tinha ido longe demais, eis uma criação que consegue ser tão desconcertante quanto curiosa. Um designer francês criou uma capa de smartphone que imita pele humana, tanto na aparência quanto no toque, e que ainda por cima “se queima” de sol, assim como uma pele de verdade.
Batizada de Skincase, a invenção pode parecer meio mórbida à primeira vista, mas tem uma proposta educativa. A ideia é que, ao ver a “pele” da capa ficar danificada pela exposição aos raios solares, o usuário seja lembrado de se proteger contra a radiação ultravioleta. O projeto foi desenvolvido por Marc Teyssier, em parceria com a British Skin Foundation e a operadora britânica O2.
Teyssier explica que normalmente nossos celulares são objetos estáticos, que não reagem de forma “humana” ao ambiente. Mas com essa reação visível ao sol, a Skincase busca criar um impacto tátil e visual para reforçar a importância dos cuidados com a exposição solar. E num momento em que o planeta enfrenta recordes de calor, talvez um lembrete visceral como esse não seja tão absurdo.
O uso regular de protetor solar diminui significativamente as chances de desenvolver câncer de pele, algo que afeta cerca de um em cada cinco americanos antes dos 70 anos. Ainda assim, muita gente não leva o tema a sério. Segundo uma pesquisa nacional de 2020, apenas 12,3% dos homens adultos e 29% das mulheres adultas usam protetor ao ficar uma hora ou mais ao sol. E em outro levantamento, 27% dos entrevistados admitiram que só passam protetor quando alguém pede, entre os mais jovens da geração Z, esse número sobe para 37%. De forma ainda mais preocupante, 14% dos adultos com menos de 25 anos acreditam que usar protetor solar todo dia seria pior do que tomar sol direto.
Diante desses números, a Skincase talvez não pareça tão absurda assim. E Teyssier não é novato em criar objetos que mexem com o bizarro: em 2019, ele já tinha projetado uma capa de celular com dobras de pele falsa, que reagia a gestos como beliscões e cócegas, uma peça digna de um filme do Cronenberg. Fica a curiosidade sobre quais outras invenções perturbadoras e educativas ele ainda deve imaginar.
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