Eventos e Coberturas

CCXP25: Cia. das Letras, JBC e Raphael Montes levam o melhor da literatura ao evento

A CCXP25 é um lugar onde mundos se encontram com a união de cinema, séries, games, quadrinhos, arte e, cada vez mais, literatura. E é justamente nesse cruzamento de linguagens que a Companhia das Letras e a JBC apostaram, trazendo uma programação robusta que prova como é bom termos acesso à boas histórias. E Raphael Montes, mestre do suspense psicológico, que virou fenômeno do BookTok, é um dos símbolos mais potentes dessa reunião de elementos durante o maior evento pop do mundo.

CCXP25

O estande que é um mundo inteiro

O Grupo Companhia das Letras participou com muito mais do que apenas um ponto de venda, levando para a CCXP25 um manifesto sobre como literatura conversa com a cultura pop contemporânea. JBC (mangás), Suma (ficção especulativa), Seguinte (literatura jovem), Quadrinhos na Cia e os demais selos coexistem em perfeita harmonia, oferecendo algo para cada tipo de leitor que circulou pela São Paulo Expo nos últimos dias.

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Entre os destaques estão o sexto volume de Nausicaä do Vale do Vento, de Hayao Miyazaki, os dois primeiros volumes de Pink Heart Jam, de Shikke, HQ de Briga, de Silva João, Versus, de Kyotaro Azuma, e o aguardadíssimo Yomi no Tsugai – Daemons do Reino das Sombras, novo mangá de Hiromu Awakawa. Isso sem contar os clássicos como A Torre Negra, de Stephen King, pela Suma, e O Mundo de Gelo e Fogo, de George R.R. Martin.

No estande, os visitantes participavam da Roleta do Zodíaco, uma ativação inspirada em Os Cavaleiros do Zodíaco que oferece prêmios exclusivos para quem testar a sorte, além de diversos artistas presentes no Artist’s Valley, painéis pelos palcos Omni, Omlete, Universe e Thunder, além de sessões de autógrafos. É exatamente esse tipo de detalhe que prova como a literatura se tornou coletiva e divertida.

O thriller que virou pop

E para quem segue o fenômeno Raphael Montes, autor de Suicidas, Dias Perfeitos, Uma Mulher no Escuro (vencedora do Prêmio Jabuti 2020) e Uma Família Feliz (finalista do Prêmio Jabuti 2025), conseguiu conferir de perto sua participação no Palco Omelete e uma sessão de autógrafo com mais de três horas no estande da JBC, comprovando sua força como uma das principais atrações intelectuais do evento.

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Durante a correria do domingo, o autor tirou uns minutos para conversar com o NERDIZMO e tivemos a oportunidade de perguntar para ele sobre a tríade indissociável que marca suas obra (suspense, crime e horror) foi usada em “Uma Família Feliz” para tratar de questões sociais e morais.

Raphael Montes comentou que este livro carrega seus pilares, mas avança para territórios emocionalmente mais complexos como, por exemplo, depressão pós-parto, manipulação emocional, violência psicológica e de gênero, sutilmente enraizadas em estruturas domésticas.​

Sobre como sua narrativa vai além da diversão como leitura, o autor confirmou que busca sempre fazer com que seus livros possam levantar perguntas e provocar reflexões, e no caso de “Uma Família Feliz”, permitindo refletirmos sobre violência, feminicídio, e a capacidade humana de cometer atrocidades.

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Quando questionado sobre como o processo de ver sua ficção ser adaptada para o audiovisual pode afetar seu processo criativo de escrita, sua resposta foi direta ao afirmar sobre ser uma oportunidade de identificar o formato ideal para cada história. “Ao escrever uma nova história eu consigo perceber se ela tem potencial para ser um livro, uma série ou filme”, afirmou Montes. “Por exemplo, ‘Uma Família Feliz’ ganhou adaptação como filme, porém somente com o livro você consegue entrar na mente de Eva”, confirmando que cada mídia possui um desafio e entrega uma maneira diferente de consumir suas histórias.

A participação do Grupo Companhia das Letras e da Editora JBC durante a CCXP25 é a maior prova de que, em um mundo onde a literatura às vezes é tratada como coisa exclusiva de intelectuais, todos os públicos podem consumir filmes e séries, enquanto alternamos entre um romance e mangá, passeando pelo evento para descobrir novos artistas nos quadrinhos, mas sempre prontos para histórias que nos engajem e desafiem.

Viciado em cultura japonesa, fanático por games e consumidor de ficção científica e fantasia. Designer e já foi editor do Bookeando. Nas horas vagas consegue se dividir entre as batidas do seu taikô, as viagens por uma galáxia muito distante, a eterna busca pela Triforce e as batalhas nas 12 casas do Santuário.

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