Desde 2012, uma inteligência artificial é desenvolvida como uma tecnologia para detectar corrupção no governo chinês. No entanto, autoridades locais agora estão desativando o sistema, de acordo com o jornal South China Morning Post.

Um dos pesquisadores que fizeram parte do programa, chamado de “Zero Trust” (Confiança Zero) disse ao jornal de Hong Kong que alguns oficiais estão desligando o programa por “não se sentirem confortáveis com a nova tecnologia”.

Mas o jornal indica outra explicação: a inteligência artificial contra corrupção funciona bem até demais.

Como funciona a tecnologia para detectar corrupção

A Zero Trust vasculha dados de bancos, registros de propriedade e construção e até dados de satélite para sinalizar corrupção.

Dá para ela detectar uma transferência suspeita de dinheiro, por exemplo, ou um carro novo ou uma propriedade registrada com o nome da família ou dos amigos de um funcionário do governo.

“Apenas usamos o resultado da máquina como referência”, disse Zhang Yi, funcionário de uma província que ainda usa o software, ao jornal SCMP. “Precisamos verificar sua validade. A máquina não pode pegar o telefone e ligar para a pessoa com um problema. A decisão final é sempre feita por humanos”.

Mesmo que haja muita corrupção e de forma generalizada na China (e provavelmente em muitos outros países), as autoridades suspeitam de um algoritmo que define irregularidades sem explicar exatamente o seu raciocínio.

“A AI pode rapidamente apontar um oficial corrupto, mas não é muito bom em explicar o processo pelo qual passou para chegar a essa conclusão”, disse um pesquisador não identificado que trabalhou na Zero Trust. “Embora aconteça na maioria dos casos, você precisa de um humano para trabalhar de perto com ele.”

Imagina só a festa que essa tecnologia faria no Brasil.

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