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Cientistas criam pele de hidrogel que pode ensinar robôs a sentir

Pesquisadores desenvolveram uma pele de hidrogel robótica, capaz de imitar a sensibilidade do toque humano.

Ela representa um avanço significativo, já que consegue detectar pressão, atrito e temperatura de forma simultânea, tudo isso em um único material.

Essa pele funciona como uma luva que se encaixa perfeitamente sobre uma mão robótica. Ao contrário de outras tentativas anteriores, que dependiam de camadas, fios e sensores complexos, essa inovação usa uma técnica chamada tomografia de impedância elétrica.

Isso permite que todo o material funcione como uma grande rede sensorial contínua, capaz de captar desde toques leves e deslizamentos até mudanças de temperatura.

“É um material barato, resistente e que se adapta a qualquer formato, detectando vários tipos de toque”, explica George Malliaras, líder do estudo na Universidade de Cambridge.

Hoje, mesmo os robôs mais avançados ainda são praticamente “cegos” quando o assunto é sensibilidade tátil.

Essa nova pele muda esse cenário, tornando possível que máquinas percebam o ambiente físico de forma muito mais parecida com os seres humanos.

“Nosso objetivo era criar uma pele robusta, econômica e com capacidade de sentir de maneira sofisticada”, afirma Malliaras.

A tecnologia por trás disso é, curiosamente, a mesma utilizada na medicina para monitorar pulmões.

Basicamente, o sistema lê variações nas propriedades elétricas do hidrogel quando ele é pressionado ou aquecido.

Quando alguém toca ou aperta o material, ele se deforma e altera sua capacidade de conduzir eletricidade. Esses dados são captados em tempo real, formando um mapa sensorial dinâmico que guia o robô.

Os testes de resistência foram intensos. A equipe colocou a mão robótica revestida com hidrogel em diferentes situações e, mesmo assim, o material se manteve funcional, registrando todos os estímulos com precisão.

“Queríamos um material que suportasse o uso no mundo real sem perder eficiência”, comenta Thomas George-Thuruthel, que também participou do projeto.

Enquanto as peles robóticas tradicionais são caras e complicadas de fabricar, essa solução em hidrogel é muito mais simples e barata, além de dispensar processos complexos de montagem.

“Desenvolvemos algo escalável, que pode ser usado em diferentes tipos de robôs”, completa Malliaras.

Além de revolucionar a robótica doméstica, a invenção tem potencial para transformar próteses, dando aos usuários uma sensação tátil muito mais rica, ou até ser aplicada em robôs industriais que precisam manusear materiais sensíveis com extrema delicadeza.

“Essa pele permite que os robôs se relacionem com o mundo físico de um jeito muito mais significativo”, finaliza George-Thuruthel.

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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