Durante as filmagens de um documentário em um antigo depósito de pólvora vitoriano na Irlanda do Norte, cientistas fizeram uma descoberta intrigante: aranhas zumbis infectadas por um fungo semelhante ao de The Last of Us.
De acordo com um estudo publicado recentemente na revista Fungal Systematics and Evolution e destacado pelo Live Science, os pesquisadores identificaram uma “nova espécie” de fungo chamada Gibellula attenboroughii.
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Essa espécie, que infecta aranhas que vivem em cavernas e tecem teias circulares, recebeu esse nome em homenagem ao biólogo e naturalista britânico David Attenborough.
Os cientistas observaram que as aranhas infectadas apresentam mudanças de comportamento parecidas com as observadas em formigas “zumbis”.
Esses insetos infectados por fungos patogênicos são levados a abandonar seus ninhos e a se mover para ambientes mais favoráveis ao crescimento do fungo.
O modo como o G. attenboroughii se espalha é igualmente impressionante e assustador.
Segundo o estudo, o fungo força a aranha infectada a ir para áreas abertas, onde as correntes de ar ajudam a dispersar os esporos.
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Harry Evans, principal autor do estudo e pesquisador do Centro de Agricultura e Ciências Biológicas Internacionais, explicou que os esporos penetram no corpo da aranha, infectando um fluido semelhante ao sangue.
O fungo então libera uma neurotoxina que mata a aranha quando ela chega a um local aberto.
Além disso, uma substância antimicrobiana preserva o corpo da aranha, permitindo que o fungo absorva seus nutrientes.
O ciclo se repete com o fungo crescendo estruturas longas e assustadoras a partir do corpo da aranha morta.
Apesar de seu aspecto sinistro, Evans destacou que as substâncias produzidas por esse fungo podem ter grande potencial na medicina humana, como no desenvolvimento de antibióticos.
A descoberta também mostra o quanto ainda há para aprender sobre os fungos “zumbis”. “Ainda há muitos fungos a serem descobertos”, afirmou Evans. “O reino dos fungos pode conter entre 10 e 20 milhões de espécies, tornando-o o maior de todos, mas apenas 1% delas foram descritas até agora.”
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