A dislexia, uma dificuldade em aprendizagem que afeta as habilidades de leitura, escrita e ortografia, está mais difundida do que você provavelmente pensa. Estima-se que 5 a 10% da população global é acometida por essa condição – e apesar de sua frequência, suas causas continuam mal compreendidas.

Cientistas podem ter descoberto a causa da dislexia

Uma pesquisa concluiu que padrões estranhos de receptores de luz nos olhos podem ser a principal causa da condição.

A equipe da Universidade de Rennes descobriu que as células responsáveis pela absorção de luz que entra no olhos estão dispostas de formas diferentes em pessoas diagnosticadas com dislexia.

Neste caso, estamos falando de células do cone – aquelas que lidam com a luz de cor vermelha, azul e verde. Em pessoas sem dislexia, essas células estão em disposições assimétricas; um olho possui um padrão e outro possui um arranjo diferente.

Isso permite que as fontes de luz complexas e multi-ângulo sejam absorvidas de maneira diferente por cada olho. Depois de ponderar o que provavelmente será mais preciso, o cérebro então escolha a imagem de um olho – e, a longo prazo, isso leva ao desenvolvimento de um olho “dominante” sobre o qual o cérebro se baseia mais fortemente.

As pessoas disléxicas parecem ter arranjos simétricos, porém, com os dois olhos contendo a mesma disposição das células do cone. Isso leva a padrões de absorção idênticos, que o cérebro vê como imagens “espelhadas”.

Essa falta de um olho dominante explica porque as pessoas disléxicas veem “b” e “d” ou “3” e “E” como as mesmas letras. Seu cérebro não pode distinguir adequadamente entre formas espelhadas tão bem.

Essa assimetria pode ser vista com uma precisão inacreditável. No centro da retina, a fovea – há um pequeno local que não contém células de cone azul. Em pessoas disléxicas, ambos os olhos têm exatamente o mesmo ponto redondo.

Ainda não está claro porque essas disposições celulares simétricas só surgem em certas pessoas. Embora a dislexia não seja relacionada com a inteligência geral de uma pessoa, ela parece acontecer entre famílias, então há uma teoria de que os genes desempenham um papel importante.

De qualquer modo, a identificação desta causa fisiológica da dislexia não passa de boas notícias. Afinal, se você sabe o que um problema realmente é, você pode começar a encontrar uma maneira de corrigi-lo.

A equipe descobriu que as luzes brilhantes invisíveis de uma lâmpada LED cancelam uma das imagens “espelhadas” no cérebro, permitindo que ele veja cada letra na sua forma verdadeira. Embora não seja uma solução a longo prazo para a dislexia, isso marca o início de uma nova gama de tratamentos, substituindo drogas pesadas como a Ritalina, que poderiam melhorar as capacidades de aprendizagem de centenas de milhões de pessoas no mundo.

Quer entender mais sobre dislexia? Confira o TED abaixo.

Via.

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