Na última semana, as Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram a prisão de Hamdan Ballal, co-diretor do documentário vencedor do Oscar “No Other Land”, sob suspeita de atirar pedras contra soldados.
Ballal e seu parceiro de filmagem, Yuval Abraham, receberam o prêmio de Melhor Documentário neste ano pelo filme, que retrata a vida sob ocupação militar.
A polêmica começou quando Abraham postou no X (antigo Twitter) que Ballal havia sido “linchado” por algumas pessoas e depois “sequestrado” pela IDF.
Mais tarde, Abraham atualizou a situação, informando que Ballal havia sido libertado e estava em casa com sua família. A soltura ocorreu após especulações sobre seu paradeiro e bem-estar, já que ninguém sabia ao certo onde ele estava.
O Silêncio da Academia
Enquanto isso, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (AMPAS) manteve-se em silêncio, mesmo diante dos apelos públicos de Abraham para que se manifestassem sobre o caso.
Na quarta-feira, um comunicado assinado por Bill Kramer (CEO da Academia) e Janet Yang (presidenta) foi enviado aos membros da instituição. A carta condenava genericamente “qualquer ato que prejudique ou silencie artistas por seu trabalho ou opiniões”, mas não mencionou Ballal ou o incidente especificamente.
Abraham criticou duramente a declaração, acusando a Academia de evitar tomar uma posição clara sobre o caso.
A Jornada de ‘No Other Land’
O documentário, que denuncia violações de direitos humanos nos territórios ocupados, não teve distribuição nos EUA — estúdios recusaram-se a tocá-lo, temendo repercussões políticas. Ainda assim, venceu o Oscar, graças ao trabalho da agência Cinetic Media, que assumiu a divulgação e exibições do filme em cinemas independentes.
A situação expõe a tensão entre arte, política e liberdade de expressão, levantando questões sobre o papel de instituições como a Academia em defender cineastas perseguidos por suas obras.

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