Séries e TV

Como uma maquiagem transformou o Pinguim de Colin Farrell e deu origem a uma série

Às vezes, uma transformação física é tão poderosa que pode reescrever o destino de um personagem. Foi exatamente isso que aconteceu com Colin Farrell e seu Pinguim em “The Batman”. Em uma revelação franca no Zurich Film Festival, o ator contou como quase recusou o papel por achar o personagem limitado, até testemunhar o milagre da maquiagem do artista Mike Marino.

Farrell confessou que, ao receber o roteiro de Matt Reeves, ficou desapontado. Vendo apenas cinco cenas para seu personagem e influenciado pelas versões icônicas de Burgess Meredith e Danny DeVito, ele não conseguia enxergar o potencial do novo Pinguim. “Fiquei com tanta ganância”, brincou o ator, admitindo sua visão inicialmente limitada sobre o que poderia fazer com o personagem.

Tudo mudou quando Reeves mostrou em seu laptop os primeiros testes de maquiagem. Farrell ficou maravilhado ao descobrir que a transformação radical não era CGI, mas trabalho prático de Marino. Cada cicatriz, cada imperfeição facial pareceu contar uma história que ainda não estava no roteiro. “O personagem parecia feroz, mas dava para imaginar uma tristeza em aspectos da vida dele”, refletiu.

A metamorfose foi tão intensa que alterou completamente sua atuação. Farrell descreveu a experiência como a mais próxima de “possessão” que já viveu. A maquiagem não o restringiu, pelo contrário, deu-lhe uma liberdade inesperada. Ele contou que chegava a mandar mensagens de voz para seus filhos usando a voz rouca e sotaque de Brooklyn do Pinguim, tamanha era a naturalidade com que o personagem habitava seu corpo.

O impacto foi tão profundo que, apenas três semanas nas filmagens, Farrell já estava batendo na porta do produtor Dylan Clark com uma ideia ousada: um spin-off centrado no Pinguim. Para o ator, seria um desperdício histórico ter aquela maquiagem extraordinária, que ele compara ao trabalho de lendas como Dick Smith e Rick Baker, limitada a apenas algumas cenas.

O resultado todos conhecem: a série “The Penguin” na HBO, que surgiu diretamente do poder transformador da maquiagem de Marino. Farrell revelou que a equipe não tinha noção do sucesso que a produção teria, tornando-se uma das mais aguardadas adaptações do universo Batman.

Quanto ao futuro, o ator adiantou que já leu o roteiro de “The Batman – Part II” e não mede elogios. Descrevendo a sequência como “mais profunda, mais assustadora e com apostas emocionais mais altas”, Farrell demonstra tanto entusiasmo quanto qualquer fã, independentemente de seu envolvimento no projeto. Uma prova de que, às vezes, é preciso ver para crer, e que até os supervilões podem renascer quando a arte encontra a tecnologia.

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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