Um descuido de segundos durante a visita de uma criança ao museu Depot Boijmans Van Beuningen, em Roterdã, acabou causando danos em uma valiosa obra do artista Mark Rothko. A pintura, intitulada Grey, Orange on Maroon, No. 8, de 1960, sofreu arranhões visíveis depois que a criança, em um momento sem supervisão, tocou a parte inferior da tela.
O quadro fazia parte da exposição Lievelingen, que reúne algumas das obras mais queridas do acervo enquanto o prédio principal do museu passa por reformas. Como é comum nos trabalhos de Rothko, a pintura não era envernizada, o que a torna extremamente sensível ao toque — qualquer contato direto pode deixar marcas permanentes na superfície porosa e absorvente.

A instituição não revelou a identidade da criança ou de seus responsáveis, nem informou quem arcará com os custos do restauro. Segundo o museu, especialistas em conservação já estão avaliando os danos, mas tudo indica que o processo será demorado e minucioso, dada a delicadeza da técnica do artista.
Apesar do incidente, há esperança de que a obra volte a ser exibida futuramente. O museu destacou que o quadro tem um valor especial para o país, sendo um dos únicos dois Rothkos presentes em coleções públicas na Holanda. Adquirido em 1970, ele já foi destaque em diversas exposições ao longo das décadas, incluindo a mostra Rothko en ik, em 2021, onde os visitantes podiam ter um momento individual com a obra para absorver sua intensidade silenciosa.
O caso reacende discussões sobre a segurança de obras valiosas em ambientes interativos e reforça a importância da supervisão em espaços culturais — especialmente quando há arte tão sensível em exibição.
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