A DC Comics cancelou de forma abrupta a nova série do anti-herói Red Hood, logo após o lançamento de sua primeira edição. A decisão veio na esteira de comentários feitos pela roteirista Gretchen Felker-Martin em suas redes sociais, que viralizaram rapidamente e geraram forte reação negativa do público.
Nos posts, Felker-Martin fez comentários considerados insensíveis e violentos em relação à morte de Charlie Kirk, ativista conservador conhecido por suas posições contra direitos trans e a favor das armas, que foi baleado e morto durante um evento na Utah Valley University. Entre as mensagens que circularam online, estavam frases como “espero que a bala esteja bem depois de tocar no Charlie Kirk” e “pensamentos e preces, seu nazista do**%#!”. Sua conta foi desativada em seguida.
Em comunicado, a DC reafirmou seu compromisso com a liberdade de expressão, mas deixou claro que não tolera discursos que possam ser interpretados como apologia à violência. A editora confirmou o cancelamento não apenas da edição #1, que já havia ido para as lojas, mas também das edições #2 e #3 que estavam previstas. Varejistas receberão créditos por todas as unidades, vendidas ou não.
Anunciada em junho, a série prometia um capítulo sombrio e intenso no universo do Batman, acompanhando Jason Todd (o ex-Robin que se tornou o Red Hood) em uma caça a um vilão telepata na cidade fictícia de New Angelique. A obra tinha roteiro de Felker-Martin, arte de Jeff Spokes e estava programada para seguir até novembro.
A polêmica transcendeu o mundo dos quadrinhos. O Comedy Central, por exemplo, também optou por tirar do ar um episódio de South Park que parodiava Charlie Kirk, reacendendo debates sobre os limites entre opinião pessoal, humor e responsabilidade profissional de artistas e criadores de conteúdo.
As reações à decisão da DC foram divididas. Alguns fãs lamentaram o cancelamento de uma série que parecia trazer uma abordagem nova e ousada para o personagem. Outros apoiaram a medida, argumentando que comentários públicos de um profissional associado a uma grande marca devem seguir certos padrões de conduta.
A pergunta que fica, para fãs, críticos e para a própria indústria, é onde traçar a linha entre a liberdade de expressão individual e as consequências no mundo profissional, especialmente em um contexto de polarização e sensibilidade social.
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