A Capcom resolveu deixar de lado o reboot DMC e finalmente voltar as origens com uma sequência, Devil May Cry 5.
Isso significa que o game basicamente segue a mesma linha dos antecessores, com algumas adições aqui e ali. No entanto, a fórmula certamente funcionava nos anos 2000. Mas será que funciona agora?
Visual impressionante
A primeira coisa que você vai notar, e a mais importante, é o visual do jogo. Devil May Cry 5 basicamente é apresentado como um dos mais belos jogos de ação já feitos.
Texturas, cores, explosões, efeitos visuais e cada detalhe dos personagens podem ser vistos com clareza e perfeição. Especialmente se você usa uma TV/Monitor 4K.
Isso inclui os gráficos do jogo em si e também das cutscenes. Na verdade, não há muita diferença gráfica entre CGI e o jogo em si, de tão animal que o gráfico ficou.
Como se trata de um game bastante visual, isso conta muito. Levando em conta que há dezenas de monstros muito bem desenhados, especialmente os chefões, e uma pancada de poderes especiais que usam e abusam dos efeitos de brilho e luz na ela.
Em alguns momentos, chega até a ser difícil acompanhar o personagem na tela, de tantos efeitos, explosões, tiros, poderes.
Isso, no entanto, não é uma coisa ruim. Muito pelo contrário, pois a gente vê que o jogo funciona com agilidade total mesmo com a tela cheia – e a ação não para nunca, a não ser pelos longas e entediantes cutscenes.
Millenials caçadores de demônios
Infelizmente, no meio de toda a pancadaria, há muitas cenas da história (as famosas cutscenes) que interrompem repentinamente a ação para te jogar na narrativa do game.
A história segue basicamente a premissa de que Dante, o herói da saga, perdeu uma luta com um demônio e desapareceu. Sua missão, portanto, é tentar encontrar o cara e ver o que está acontecendo.
Para isso, dois caras: Nero, um caçador de demônios, e V, um conjurador saem em busca do cara, atravessando diversos tipos de criaturas para isso.
O problema aqui é que todos os personagens do game soam meio “babacas’. Parecem jovens mimados, meio “emos”. Isso torna os diálogos do game totalmente passáveis e desinteressantes. Além de inserir piadinhas a todo momento e em situações que simplesmente não há graça.
Em um jogo de ação frenética como esses, as cenas entre as batalhas acabam cortando a empolgação.
Gráficos bons, som… nem tanto
Apesar de visualmente ser impressionante, o mesmo cuidado aparentemente não rolou na parte sonora.
Claro, as músicas de metal e rock’n roll, que às vezes misturam elementos eletrônicos, combinam totalmente com a ação. Acontece que a dublagem não é tão boa, e em muitos momentos simplesmente não dá para ouvir o que os personagens falam.
Além disso, algumas vozes são bem ruins, como a do personagem V. Como se não bastasse ele ser um cara chato demais, às vezes ele simplesmente resmunga frases.
Não sei se é proposital e faz parte do personagem, mas isso certamente o tornou ainda mais irritante.
O clássico esquema hack’n slash com uns toques a mais
Devil May Cry 5 tem um ponto alto característico, que é ser um jogo de hack’n slash (pancadaria) de ação pura.
Para quem curte o gênero, já bastante diversidade. Há três diferentes personagens para jogar, usar os poderes, descobrir combos, etc.
No entanto, o jogo basicamente consiste em ficar preso em uma sala, demolir os botões com uma infinidade de combos, e seguir para a outra sala. Com pausas entre chefões (muito interessantes, por sinal).
Para quem não quer [ou não tem paciência] em decorar todos os combos, há um botão que “automatiza” tudo e usa os combos aleatoriamente do personagem para detonar os inimigos. O que torna a coisa toda mais fácil.
Além disso, os personagens coletam orbes durante o jogo que podem mais tarde ser convertidos em itens, como a possibilidade de continuar o jogo de onde parou quando morre e coisas do gênero.
Isso também serve como uma vertente para gastar mais grana no game. Ou seja, dá para você comprar esses itens com dinheiro real – o que pessoalmente acho uma desgraça, levando em conta que você já pagou caro pelo game em si, especialmente no Brasil.
Um elemento irritante aí está em precisar de consumíveis para usar o poder do braço mecânico de Nero, por exemplo.
A cada habilidade usada, um consumível vai embora. O que exige que você encontre novos pelo mundo, ou pague para ter um estoque deles sempre.
De qualquer forma, o pagamento em dinheiro real não é realmente necessário, e apenas facilita a vida do jogador, para quem quiser ter determinados luxos.
O veredito
Com certeza Deviil May Cry 5 vai agradar os fãs do game que esperavam por uma sequência digna e com os mesmos requintes dos primeiros quatro jogos da série.
Isso se dá principalmente pelas mecânicas clássicas estarem no game e ganharem algumas adições bem-vindas. Além do fato do visual ser maravilhoso, há a possibilidade de explorar diferentes combos, poderes, personagens e matar uns demônios cabulosos.
Um game para quem quer se meter na pancadaria contra os seres das trevas em forma de ação pura e demolição de botões.
Devil May Cry 5
Desenvolvedora | Capcom |
Publicadora | Capcom |
Plataformas | Xbox ONE, PlayStation 4 e PC |
Data de lançamento | 08 de março de 2019 |
Gênero | Ação/Hack’n Slash |
Modos de jogo | Single-player |