A Electronic Arts decidiu encerrar o desenvolvimento do aguardado jogo do Pantera Negra e fechar a Cliffhanger Games, estúdio criado especialmente para esse projeto. A notícia, que pegou a comunidade gamer de surpresa, marca uma mudança de rumo para a empresa.
Anunciado em 2023 como uma experiência solo de ação e aventura ambientada em Wakanda, o jogo foi cancelado apenas dois anos depois, deixando fãs e desenvolvedores frustrados.
Segundo a presidente da EA Entertainment, Laura Miele, a decisão faz parte de uma reestruturação estratégica para focar em oportunidades de crescimento mais certeiras.

Na prática, isso significa que a EA está priorizando franquias que já provaram seu valor comercial, como Battlefield, The Sims, Skate e Apex Legends. Embora o Pantera Negra seja um nome forte e tenha o peso da Marvel por trás, a empresa não o enxergou como uma aposta segura dentro do novo plano de negócios.
A Cliffhanger Games foi fundada justamente para desenvolver esse jogo, sob a liderança de Kevin Stephens, conhecido por seu trabalho em Shadow of Mordor.
A proposta era entregar uma experiência autêntica e marcante com o herói africano, e as vagas de emprego no estúdio indicavam um título de mundo aberto. No entanto, o projeto ainda estava em estágio inicial e com um longo caminho pela frente, o que o tornava especialmente vulnerável em tempos de cortes e revisão orçamentária.
Desenvolver um jogo AAA como esse custa caro, e quando envolve uma franquia licenciada como a da Marvel, os custos e exigências sobem ainda mais.

Em 2023, o CEO da EA, Andrew Wilson, já havia deixado claro que a empresa pensaria duas vezes antes de investir em IPs licenciadas que não garantissem sucesso num mercado em constante transformação.
O Pantera Negra fazia parte de um acordo de três jogos com a Marvel, ao lado de um título do Homem de Ferro e outro ainda não revelado. Mesmo com o enorme sucesso do filme de 2018, que arrecadou mais de um bilhão de dólares, transformar esse prestígio em sucesso nos videogames não era uma certeza.
O cancelamento veio acompanhado do fechamento da Cliffhanger e de demissões em outras áreas da EA, como as equipes de mobile e setores centrais.

Laura Miele reconheceu o impacto humano da decisão, afirmando que são escolhas difíceis, que afetam colegas de trabalho com quem se construiu uma história. A EA diz estar tentando realocar os profissionais afetados, mas não revelou quantos foram demitidos desta vez, apenas que foram menos que os 300 desligados no mês anterior.
Agora, a empresa volta suas atenções para projetos mais previsíveis. Está investindo pesado no jogo do Homem de Ferro, em desenvolvimento pela Motive, na próxima sequência da franquia Star Wars: Jedi e em Mass Effect 5, nas mãos da BioWare. Esses títulos, ao lado das marcas tradicionais da EA, fazem parte de uma estratégia que valoriza estabilidade e retorno garantido em vez de apostas mais ousadas.
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