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EA FC 26 aprimora vários aspectos e gameplay, mas ainda apresenta velhos e conhecidos problemas

Todo ano um novo game de futebol da EA chega. Agora é a vez do EA FC 26, que chega a segunda edição com seu novo nome, após abandonar o título oficial de parceria com a organização FIFA.

Costumeiramente, o game chega junto com a chegada dos novos campeonatos na Europa, e o jogo promete algumas mudanças em relação aos anteriores.

Nós acompanhamos a série desde o seu primeiro lançamento, por volta de 1994 (e sim, desde que eu sou uma criança), e tivemos a oportunidade de testar o game graças a Loja BONOXS, que nos forneceu o código.

Vamos contar para você então o que esta edição reserva. Vamos lá?

Diferentes tipos de jogos para diferentes tipos de jogadores

EA FC 26 oferece diversos modos de jogo para atender distintos tipos de jogadores. Há os que gostam mais de simulação, há quem curta mais o modo Arcade, mais rápido. Isso significa que tem gente que joga modos competitivos online, ou aqueles que curtem apreciar mais a arte do futebol, ou do gerenciamento.

Entre os modos de jogo estão o modo Carreira, tanto para técnico quanto para jogador, Amistosos e modos online como o famoso Ultimate Team – onde os jogadores criam seu próprio “deck” de cartas inspiradas em jogadores reais. Como se fosse um álbum de figurinhas em que você monta seu time e joga com ele para receber prêmios.

Os modos de carreira seguem a mesma linha que os títulos anteriores. Você pode tanto criar um jogador e passar de time em time, e curtir a ascensão de sua carreira, ou incorporar um técnico de futebol para gerenciar times e ser o melhor administrador que o mundo já viu.

Nesses modos, a novidade fica para a adição de ídolos. Ou seja, dá para jogar com ídolos como Fernando Torres ou Zlatan Ibrahimovic em ambos os modos. Como jogador, ou montar um time com um monstro desses em campo.

Há também várias mudanças e melhorias que entrosam melhor os detalhes de uma temporada de futebol real. No FC 26, o jogador pode ter objetivos no meio da temporada, jogadores com assuntos pessoais impactando sua forma, mudanças dinâmicas e econômicas durante a temporada.

Dá para atravessar dificuldades econômicas do time, jogadores infelizes, e o jogador escolhe se quer passar por isso ou deixar o barco afundar e encontrar um time mais estável, por exemplo.

O que tem exatamente de novo?

Bem, ano após ano EA FC anuncia algumas mudanças. Mas convenhamos, as mudanças são bem poucas de um ano para o outro. Esta edição continua bem parecida com a anterior. Além dos menus e interface que mudaram – e algumas telas tem até informações demais, há algumas alterações na jogabilidade, animações e física.

Apesar de os gráficos estarem bem semelhantes ao EA FC 25, a movimentação dos jogadores está refinada. Expressam algo um pouco mais próximo da realidade. O que dá a sensação de uma física mais bem trabalhada. É possível notar que as ações de defesa, ataque, domínio, chutes, virada de corpo, até mesmo defesa dos goleiros estão um pouco mais próximos da realidade. Isso significa também que estão mais lentos do que a versão anterior. Ainda bem, pois EA FC 25 estava extremamente rápido, a ponto de ser muito comum jogos com altos números de gols. Afinal, todos os jogadores se tornaram praticamente super-heróis no final do jogo.

Aparentemente alguns problemas gerais na jogabilidade também foram aprimorados, como o posicionamento do time, da zaga, e funcionamento geral do jogo. Quem jogava EA FC 25 sabe o quanto de raiva passamos em jogadas mentirosas e coisas completamente sem sentido que acontecem em um jogo. Para não falar no famigerado handicap – que apesar de todos os jogadores jurarem que ele existe, a EA jura de pés juntos que não.

Ainda existem jogadas “palhaçada” como nos outros jogos da série. Bolas que sobram para o oponente, espirram sempre pra um lado desfavorável, e alguns bugs. Mas o que podemos ver é que esses aspectos melhoraram um pouco. Ao menos nas pouco mais de 30 horas que jogamos até o momento.

Dentro de campo, o jogador pode escolher entre dois estilos distintos de jogo: Modo Competitivo, que apresenta a jogabilidade mais similar aos capítulos anteriores, e o novíssimo Modo Autêntico.

O primeiro é basicamente o FC 25, com menos foco na fadiga do jogador, menos foco nas estratégias, e que a IA deixa espaço, ou física explosiva com rebotes enormes.

O Modo Autêntico, é um divisor de águas e deixa a coisa bem diferente. Os jogadores seguem sua formação e posições com muito mais precisão, a velocidade dos jogadores é muito menos decisiva, os defensores agem de uma maneira muito mais crível, e os goleiros defendem a bola de forma mais realista, com até mesmo as animações e a física repaginadas para proporcionar uma experiência mais realista. Ou seja, torna o jogo um pouco mais simulação do que a versão convencional a qual estamos acostumados.

Houve muitos feedbacks mistos sobre as mudanças do FC 25 ao longo do ano passado e deste ano, e a EA Sports aparentemente encontrou uma maneira de corrigir o que deu errado. Ao menos é o que eles dizem ter feito. E, aos poucos, a gente vê no gameplay.

Mudanças no Pro Clubs são bem-vindas

O modo Pro Clubs, que permite criar seu próprio jogar e disputar partidas de até 11×11, ganhou alguns recursos novos e repaginações também.

Agora é possível jogar em três clubes diferentes ao mesmo tempo, ao invés de um só. Antes, toda vez que você queria jogar com outras pessoas, era preciso sair de um clube e entrar em outro. Agora, dá para fazer parte de três clubes ao mesmo tempo, facilitando muito.

O lobby também foi atualizado visualmente, para ficar parecendo com Ultimate Team. Isso permite agora definir funções para cada jogador, o que dá um toque a mais de estratégia e controle sobre a IA do time.

Houve mudanças também no modelo de árvore de habilidades. Agora é possível evoluir cada status do jogador, como passe, finalização, voleio, pique, etc. E para colocar playstyles, é preciso de um número certo em cada status para liberar determinado “skill” do jogador. No total são três arquétipos diferentes. À medida que  jogador ganha xp, é possível melhorar o personagem.

Por fim, tem eventos que prometem oferecer bonificações, experiência e pontos do Clubs para comprar novos itens estéticos por exemplo. E isso dá uma dinâmica a mais, pois novos eventos são adicionados a cada intervalo de tempo, como semanais ou de temporadas.

Ultimate Team continua em expansão

Este é o carro-chefe do game para muita gente, inclusive para quem vos escreve esta análise. É completamente viciante montar um time a partir de um deck de cartas.

Mas sempre existe o problema ético aqui, que são as loot boxes, o que inclui o famigerado “pague para ganhar”.

Significa que quem tem mais grana e aplica mais grana, tem mais chances de ter um time melhor. E isso se agrava um pouco levando em conta que agora temos Passes de Temporadas. Ou seja, quem tem o passe, sempre terá mais vantagem do que aqueles que não têm, já que recebem mais bônus e pacotes de cartas.

De resto, o modo continua nos mesmos moldes de sempre. Novas cartas são adicionadas a cada semana, com base no desempenho dos jogadores na vida real. Há diversos tipos de eventos e modos de jogo para explorar, e cada um deles ajuda a cumprir objetivos semanais para ganhar mais moedas do jogo ou cartas.

Há também o modo de DME, que são as trocas de jogadores que você não usa em pacotes ou jogadores específicos. Uma maneira clássica de melhorar o time, apesar de exigir muitos recursos (cartas) para realizar as trocas.

Se você tiver sorte, muita sorte, pode conseguir jogadores bons ao abrir pacotes. Mas já adiantamos que é bem difícil tirar cartas realmente decentes. Um exemplo: em um grupo de amigos de cinco pessoas os quais jogam comigo, apenas uma pessoa tirou cartas boas em 10 horas de jogo.

Como é um jogo baseado na sorte e em loot boxes, ao menos neste modo, sofremos para melhorar o time.

No mais, ao longo do ano em que o jogo funciona a todo vapor, quem joga mais, tem mais chances de ganhar cartas boas. E à medida que o tempo passa, eventualmente dá para montar um time legal.

E o famigerado e suposto handicap?

Ninguém me tira da cabeça que existe um sistema no jogo que simplesmente pune jogadores dependendo do momento do jogo. O famoso handicap.

A EA jura que não existe isso. Mas no passado já descobriram em FIFAs anteriores que existia um código direcionado para isso, e também que a EA havia registrado uma patente em relação a “tecnologia”.

Basicamente, o que isso quer dizer? O handicap significa que, dependendo do momento do jogo, se você está ganhando, o seu time automaticamente será enfraquecido por meio da IA. Além disso, em faixas de tempo de jogo como 43 aos 45 do primeiro tempo, e dos 80 aos 90 do segundo tempo, isso também entraria em ação.

Ou seja, é mais fácil tomar gol nesse tempo, se você estiver vencendo. Pois a própria IA do jogo sabotaria os seus jogadores, abrindo a zaga e criando situações completamente absurdas. Tanto para impedir que você marque mais gols, quanto para ajudar drasticamente o oponente.

Tenho mais de 800 horas de EA FC 25 e posso dizer que este aspecto é real, e de fato existe. Assim como muitos jogadores profissionais também relata a sua existência. E até por isso, dizem que é preciso “driblar” o jogo. Ou seja, durante esses períodos de tempo, seria melhor não atacar, pois é perigoso perder a bola e sofrer um contra-ataque nos finalmentes.

Não temos provas concretas sobre isso, mas posso dizer que diversas situações nos fazem acreditar que essa tecnologia existe e funciona ativamente no jogo. O que pode frustrar muita gente em muitos jogos competitivos online.

Se é verdade ou não, não temos como bater o martelo. Mas se você jogar, pode ver por si só isto acontecendo.

Conclusão

EA FC 26 certamente caracteriza uma evolução dos jogos da série. As mudanças na física e na IA são inteligentes e perceptíveis, e a quantidade de conteúdo e polimento realmente não tem rivais, tornando o FC 26 o melhor que a franquia já foi em anos.

O jogo está fluido e apresenta animações, fluidez e uma jogabilidade que aproxima mais o game da realidade, apesar de ainda ter bastante uma característica “Arcade”, que é marca da franquia. Além disso, oferece diversos modos de jogos para os mais diversos públicos. Sendo que todos eles, inclusive o Ultimate Team, continuam recebendo adições e recursos novos, aprimorando a experiência a cada ano.

Existem ainda alguns bugs, visuais, travamentos, e o fantasma do “handicap” que citamos, mas aparentemente o jogo está melhor estruturado e, digamos, dá menos ódio do que a edição anterior. Afinal, quem joga muitas horas de EA FC sabe muito bem que o jogo proporciona muita frustração em meio ao gameplay competitivo.

Mesmo com seus problemas, é o game definitivo de futebol lançado até o momento, e certamente superior que todos os seus concorrentes.

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Nota final: 4/5

Avaliação: 4 de 5.

Acesse o site oficial do jogo.

*Agradecemos à BONOXS que ofereceu para nós a oportunidade de testar o game. Não deixe de conhecer a loja, que oferece Gift Cards e muitas opções para gamers que buscam variedade nas opções de pagamento e preços de jogos em território brasileiro.

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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