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Elio, da Pixar, tem a pior estreia de sua história nos cinemas, e não é porque o filme seja ruim

A nova animação da Pixar, que leva uma aventura espacial para as telonas, chegou… mas bem longe do impacto que o estúdio esperava. Elio, que conta a história de um garoto confundido com o embaixador da Terra em uma reunião intergaláctica, estreou arrecadando apenas 21 milhões de dólares nos Estados Unidos e 35 milhões no mundo inteiro.

Com isso, amarga o título de pior estreia da história da Pixar nos cinemas, um feito nada animador para um estúdio acostumado a emplacar sucessos.

O fracasso nas bilheterias surpreende ainda mais porque o filme foi muito bem recebido por quem assistiu.

O público deu nota “A” no CinemaScore e 91% de aprovação no Rotten Tomatoes, deixando claro que o problema não estava no conteúdo, mas sim na forma como ele foi vendido.

Uma das explicações é o calendário lotado de estreias no verão americano, que sufocou Elio, somado a uma campanha de marketing bem abaixo do ideal.

Os trailers e materiais de divulgação foram vagos, pouco claros, e acabaram não transmitindo de fato do que se tratava a história, justamente o tipo de conexão emocional que costuma ser a força dos filmes da Pixar.

Para piorar, Elio estreou no meio de uma disputa pesada. A versão live-action de Como Treinar o Seu Dragão, da Universal, seguia firme no topo, faturando mais 37 milhões no segundo fim de semana.

Enquanto isso, 28 Years Later, da Sony, também chegou forte, com uma estreia de 30 milhões. Resultado: Elio ficou para trás, mesmo agradando quem decidiu assistir.

A situação lembra bastante o que aconteceu com Elementos, lançado em 2023. Na época, o filme também começou mal nas bilheterias, mas conseguiu se recuperar aos poucos, graças ao boca a boca e ao lançamento no streaming, chegando perto da marca de meio bilhão de dólares no mundo.

Por isso, a expectativa dentro da Disney e da Pixar é de que Elio siga o mesmo caminho e encontre seu público no Disney+, assim como aconteceu com Luca e Red: Crescer é uma Fera, que nem chegaram a passar pelos cinemas em muitos países, mas foram grandes sucessos na plataforma.

Ainda assim, o desempenho fraco deixa um sinal de alerta sobre a mudança no comportamento do público. Cada vez mais, as pessoas priorizam franquias conhecidas e continuações, o que torna muito mais difícil para produções originais conquistarem espaço nas salas de cinema. Mesmo assim, a Pixar não dá sinais de que pretende recuar, e já tem novos projetos originais a caminho, como Hoppers, previsto para 2026.

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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