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Em entrevista à Betway, diretor da série Paralelos explica lado positivo do mercado paralelo dos games

O mercado paralelo, ou venda de produtos falsificados, sempre foi um problema no Brasil, assim como em toda a América Latina. Entretanto, isso não quer dizer que aqui seja um lugar ruim de comércio, pois muitas vezes esse mercado paralelo pode trazer benefícios. Essa é a opinião de Hugo Haddad, diretor de cinema e responsável pela produção da série documental Paralelos. Em entrevista recente, ele explicou que esse comércio alternativo foi responsável por popularizar os jogos eletrônicos entre os brasileiros, algo que contribuiu para o crescimento do setor.

Segundo dados da NewZoo, o Brasil teve um crescimento de 5% no consumo de games em 2021, o que significa um faturamento de US$ 2,3 bilhões. Assim, o país é a maior referência entre os latino-americanos e o 12º maior mercado no ranking global. No quesito audiência, os números são ainda maiores, pois são mais de 20 milhões de brasileiros assistindo conteúdos relacionados aos eSports. Apenas a China e os Estados Unidos, dois países com investimentos bilionários, possuem índices melhores de consumo.

Tudo isso foi construído gradualmente e, para o diretor Hugo Haddad, esse mercado paralelo teve uma participação importante nisso. Na entrevista com os jornalistas da Betway, site de e-sports bets, ele argumentou que os antigos cartuchos de jogos eletrônicos eram inacessíveis, e a única forma de experimentar os games era com as locadoras. Algo que mudou com o mercado paralelo, pois os consoles e os próprios jogos se tornaram acessíveis para quase todas as pessoas. Haddad acredita que isso criou uma cultura de consumo no mundo dos games.

Ao lado de Pedro Falcão, o diretor abordou toda essa história na série documental Paralelos, lançada em 2016 no Brasil. A produção detalha como o mercado paralelo nasceu, e como foi útil para o crescimento dos games entre os brasileiros. Haddad conta ainda que a cada pessoa entrevistada era possível encontrar mais entrevistados, pois eram muitas histórias e versões para contar. Ele explica que as falsificações perderam espaço atualmente, mas a modificação nos games foi algo que se manteve forte, e que ainda rende aos criadores e desenvolvedores.

Um perfil generalizado

O principal jeito de confirmar essa influência é olhando o perfil dos brasileiros que jogam videogames. Atualmente, segundo números do artigo feito pelo blog Betway Insider, os smartphones, os consoles e os computadores são os dispositivos mais utilizados por aqui para jogar videogames. As mulheres representam 62,2% nos celulares, enquanto os homens dominam nos outros dois. Entretanto, a diferença é pequena e o equilíbrio comprova como a cultura gamer está em todas as pessoas.

Esses dados foram retirados da Pesquisa Game Brasil de 2021, lançada no final do ano passado com um panorama completo do mundo dos jogos eletrônicos. Os números apontam que quase 90% da população é fã de games, e gasta boa parte dos momentos de folga jogando. Isso significa que aquele período dominado pelo mercado paralelo serviu de influência para que os videogames se transformassem no entretenimento digital mais popular do país.

Hugo Haddad explica que a ascensão do mercado de jogos gratuitos para smartphones foi uma resposta aos produtos falsificados. Os desenvolvedores criaram uma alternativa para ganhar dinheiro com os jogos, que deixaram de ser um mero produto para transformar-se em um serviço. O impacto é visto atualmente, onde um jogo consegue fazer sucesso por quase 10 anos, como é o Grand Theft Auto V.

Panoramas para o futuro

A perspectiva para os próximos anos é que o Brasil se mantenha como uma referência no mercado dos games, e inclusive consiga subir no ranking global. Os problemas que existiam no início desse setor foram deixados para trás, e apenas os benefícios foram aproveitados. O documentário Paralelos é uma boa fonte de informação para entender isso, pois nem todo comércio alternativo causa apenas prejuízos e perdas. Todo o sucesso do setor é a prova disso.

Essa entrevista com Hugo Haddad mostra isso, o que nos deixa otimistas quanto ao futuro dos games no Brasil. É um mercado que se consolidou ao entrar culturalmente na vida de várias pessoas. O acesso mais fácil fez com que pessoas de diferentes classes sociais, principalmente nos centros urbanos, pudessem conhecer mais dos videogames. Uma atividade que está entre as favoritas dos brasileiros atualmente.

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