Quando Mighty Morphin Power Rangers estreou em 1993, ninguém imaginaria que, décadas depois, o seriado infantil enfrentaria críticas por decisões de elenco consideradas problemáticas.
Agora, Tony Oliver, roteirista-chefe da série original, admitiu em um episódio do documentário Hollywood Demons que a escolha de Walter Emanuel Jones (ator negro) como Ranger Negro e Thuy Trang (atriz vietnamita-americana) como Ranger Amarelo foi um erro.
Na época, a produção buscava diversidade ao adaptar a franquia japonesa Super Sentai para o público americano. Porém, a associação entre as cores dos Rangers e a etnia dos atores só foi percebida quando as filmagens já estavam em andamento. Um assistente levantou a questão, mas era tarde para mudanças. Oliver reconhece que a equipe não previu como isso seria recebido — ou o quanto o debate persistiria.
Decisões de elenco e consequências
Inicialmente, Audri Dubois (atriz hispânica) havia sido escalada como Ranger Amarelo, mas deixou o projeto por conflitos salariais, sendo substituída por Thuy Trang. Já Walter Emanuel Jones afirmou em entrevistas que sua escolha para o Ranger Negro foi casual, não intencional. Ainda assim, a coincidência gerou anos de discussão sobre estereótipos raciais em programas infantis.
Embora os atores tenham conquistado o carinho dos fãs, o legado da série ficou marcado por essa controvérsia. Franquias posteriores aprenderam com o equívoco: o filme Power Rangers (2017), por exemplo, deliberadamente desvinculou as cores dos trajes da etnia dos personagens, promovendo uma representação mais inclusiva.
Um erro que virou lição
A reflexão de Oliver ilustra como a indústria do entretenimento evoluiu (e ainda precisa evoluir) na representação racial. Enquanto os fãs continuam celebrando os Rangers originais, o arrependimento do escritor serve como um lembrete: boas intenções não bastam — é preciso pensar criticamente sobre o impacto cultural das escolhas criativas.
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