O governo dos Estados Unidos resolveu dar uma nova “camada de proteção” ao muro da fronteira com o México. Autoridades começaram a pintar a estrutura de preto, alegando que a cor ajuda a absorver mais calor e, com isso, torna o aço ainda mais difícil de ser escalado.
A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, chegou a colocar a mão na massa durante uma visita a Santa Teresa, no Novo México, reforçando que a altura do muro já dificulta bastante as tentativas de atravessar. “Ele é quase impossível de escalar e vai fundo no solo, o que torna muito difícil cavar por baixo. Com a pintura, o calor aumenta e fica ainda mais complicado para quem tenta passar”, disse Noem.
A ideia não é exatamente nova. O ex-presidente Donald Trump já havia sugerido esse recurso em 2020, em um teste piloto, e agora a estratégia volta com força total dentro de um pacote maior de investimentos em segurança, batizado de One Big Beautiful Bill Act, que destina cerca de 46,5 bilhões de dólares para reforçar a fronteira. Além da pintura, o projeto inclui câmeras, sensores de movimento e novas barreiras em áreas mais difíceis, como o Rio Grande.
O Departamento de Segurança Interna também aponta que, além de servir como obstáculo, a tinta preta pode ajudar a reduzir a ferrugem e aumentar a durabilidade da estrutura, um “bônus” para um plano pensado principalmente para causar desconforto.
Críticos, porém, enxergam a medida de forma bem diferente. Fernando Garcia, da Border Network for Human Rights, classificou a ação como desumanizante e parte de uma postura que ignora os direitos e a dignidade de quem tenta cruzar a fronteira.
Ainda assim, o governo garante que os testes anteriores mostraram resultados promissores, apesar de não divulgar dados concretos sobre a eficácia da iniciativa. O que se sabe, por enquanto, é que o muro vai ganhando um novo visual, mais sombrio e, segundo autoridades, mais “intransponível”.
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