A Agência Espacial Europeia (ESA) deu início à sua tão aguardada missão de explorar os destroços do asteroide Dimorphos, o corpo celeste que a NASA destruiu com sucesso no ano passado durante seu pioneiro teste de defesa planetária em 2022.
A equipe encarregada da investigação da “cena do acidente” inclui a espaçonave Hera e dois pequenos cubesats, que foram lançados a bordo de um foguete SpaceX Falcon 9. Hera foi liberada com sucesso pelo foguete cerca de 76 minutos após o lançamento.
Esta missão marca a próxima fase do Teste de Redirecionamento de Asteroides Duplos (DART) da NASA, um experimento que envolveu colidir uma espaçonave com um sistema de asteroides para testar se a humanidade poderia alterar significativamente o curso de um asteroide potencialmente perigoso.
O sucesso do DART foi total, mas ainda restam dúvidas sobre o que exatamente aconteceu durante a colisão cósmica planejada e quais foram os efeitos completos — e é aí que entra a missão Hera.
Descrita por cientistas da ESA como uma “investigação da cena do acidente”, o principal investigador da missão, Patrick Michel, explicou à CNN que “Hera fechará o ciclo ao nos fornecer detalhes sobre o resultado final do impacto do DART.”
Ao invés de focar em um único asteroide, o DART mirou em um sistema binário, composto por dois corpos celestes: um asteroide maior chamado Didymos e seu menor companheiro, Dimorphos. Dimorphos, considerado uma lua de Didymos, foi o alvo da colisão da NASA, resultando no desvio de Didymos de sua trajetória original.
Se tudo correr conforme o planejado, Hera deverá chegar ao local da colisão em outubro de 2026. Equipada com 11 instrumentos, passará seis semanas analisando a área antes de enviar seus cubesats, chamados Juventas e Milani, para realizar trabalhos especializados. Juventas utilizará radar para investigar o interior dos asteroides, enquanto Milani analisará as rochas com um sensor especial para determinar suas composições minerais.
Logo após o DART, a NASA ficou impressionada com o nível de destruição causado em Didymos. Embora um cubesat enviado pela NASA no momento da colisão tenha registrado dados importantes, muitas perguntas ainda permanecem. Como a colisão afetou a estrutura interna de Didymos? E por que sua velocidade orbital em torno de seu companheiro maior mudou tanto?
A missão tem a proposta de responder essas perguntas.
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