Eric Schmidt, ex-CEO do Google, fez um alerta preocupante durante um recente evento organizado por seu think tank: a inteligência artificial está prestes a superar a capacidade de controle humano.
Segundo suas previsões, dentro de “três a cinco anos” os pesquisadores alcançarão a chamada inteligência geral artificial (AGI), equivalente à capacidade cognitiva humana – e depois disso, as coisas podem sair completamente do controle.
Schmidt explicou que, uma vez que a IA começar a se autoaperfeiçoar e desenvolver habilidades de planejamento, ela essencialmente “não precisará mais nos obedecer”.
Esse estágio, conhecido como superinteligência artificial (ASI), ocorreria quando a máquina superasse a inteligência combinada de toda a humanidade. Usando o que chamou de “consenso de São Francisco” (uma referência irônica às crenças do Vale do Silício), ele estimou que a ASI poderia emergir “em cerca de seis anos, apenas com base em escalonamento”.
O ex-executivo destacou que a sociedade não está preparada para esse cenário. “As pessoas não compreendem o que acontece quando você tem uma inteligência nesse nível, que é essencialmente livre”, afirmou. Ao contrário dos “AI doomers” que pregam o freio no desenvolvimento da IA, Schmidt manteve um tom estoico ao discutir o tema, embora reconhecesse a falta de compreensão coletiva sobre as implicações dessa tecnologia revolucionária.
Vale ressaltar que essa visão pode ser excessivamente otimista – qualquer organização que desenvolver a AGI provavelmente a manterá sob rígido controle, tornando improvável que uma superinteligência se liberte completamente para servir altruisticamente à humanidade. O próprio Schmidt brincou que sua previsão de seis anos pode ser apenas um “miragem do Vale do Silício”.
Ainda assim, a ideia de uma IA não apenas atingindo mas superando a inteligência humana em um futuro tão próximo – e sendo discutida com tanta naturalidade – é perturbadora. O alerta de Schmidt ressalta a urgência em estabelecer estruturas éticas e de governança antes que a tecnologia avance além de nossa capacidade de compreensão e controle. Enquanto a corrida pela AGI continua, a humanidade pode estar prestes a enfrentar seu desafio mais existencial desde a invenção da energia nuclear.
Veja mais sobre tecnologia!
