Final Fantasy XVI chegou arrasando quarteirões. Desde que foi anunciado, o hype ficou lá no alto. Afinal, é a continuação da consagrada franquia da Square Enix, que começou já no longíncuo ano de 1987. Quando os vídeos de gameplay foram anunciados, despertou ainda mais interesse do público.
E quando o jogo finalmente chegou nas prateleiras, vendeu mais de 3 milhões de unidades em sua estreia.
Nós tivemos a oportunidade de testar o game. E como um grande apreciador da série desde criança, e tendo jogado todos os jogos da franquia, compartilhamos a nossa opinião deste novo game por aqui, de forma bem objetiva.
Será que todo o alarde faz jus?
Qual a história de Final Fantasy XVI?
Final Fantasy XVI se passa no mundo fictício de Valisthea, um mundo dividido entre seis nações que detêm poder através do acesso a Cristais mágicos e os Dominantes, humanos que atuam como hospedeiros para cada Eikon de cada nação.
Eikons são como divindades ou entidades que representam alguma força poderosa da natureza, como fogo (Ifrit e Fênix), gelo (Shiva), vento (Garuda), Titã (terra), entre outros.
As tensões entre as nações se intensificam à medida que uma seca mágica chamada de Blight começa a consumir a terra.
Clive Rosfield, guardião de seu irmão mais novo Joshua, testemunha a destruição de seu reino e se envolve no crescente conflito entre as nações de Valisthea e o poder secreto por trás da guerra, ligado ao sombrio Eikon Ifrit.
Em meio a isso, acompanhamos reviravoltas e problemas diretamente ligados a vida pessoal de Clive, seu relacionamento com a família e com a posição que ele ocupa em três épocas diferentes.
Quais os pontos fortes de Final Fantasy XVI?
Narrativa de cair o queixo: O principal destaque de Final Fantasy XVI está na narrativa e na história. É simplesmente impressionante como a Square Enix conseguiu entregar um game absurdamente cativante neste aspecto. Ali, vemos influências claras de narrativas que caíram no gosto popular das pessoas nos últimos anos, como o caso de Game of Thrones. O game começa já em extrema tensão, e a partir daí vai se desenrolando para cada vez mais reviravoltas, e nos coloca próximos de cada um dos personagens. A ponto de nos sentirmos praticamente “da família”.
Além disso, temos aqui um jogo de cerca de 40 horas ou mais, e arriscamos a dizer que metade disso está em trechos de cenas da história e não no gameplay. Portanto, espere uma narrativa bem densa e profunda, com alguns trechos de gameplay no meio. Afinal, apesar de ter mudado bastante a fórmula introduzindo muita ação, ainda é um RPG.
Gráficos primorosos: O visual do game está lindo. Toda a ambientação, animações, personagens estão realmente muito bem produzidos e são um colírio para os olhos. Cores vibrantes e efeitos preenchem a tela em combates, e tornam tudo muito mais vivo e dinâmico. O que torna a experiência realmente impressionante no quesito de aparência. Chefões, criaturas e os eikons, bem como mapas e locais
Parte sonora e dublagem sensacional: Mesmo que não disponível em português (temos apenas as legendas), o trabalho da dublagem está ótimo. Todas as vozes dos personagens combinam totalmente com cada personagem, com destaque a Cid, que traz a voz marcante e grossa do ator Ralph Ineson. O ator inclusive tem participado em diversas produções e games, como Diablo IV.
Já em relação a trilha sonora, este é um game que sempre teve efeitos sonoros e músicas marcantes. Isso significa que em diferentes partes do jogo, a música acompanha a tensão, especialmente em lutas contra chefes – que a coisa fica realmente intensa.
Personagens excelentes: Algo que falta em muitos jogos é a identificação, profundidade e detalhes nos personagens. Bem, neste jogo, tudo isso é feito com bastante carinho. A gente consegue realmente gostar de todos os personagens. Sejam eles heróis ou vilões. Cada um tem uma luta pessoal, e conseguimos entender todos os lados. O que traz uma proximidade e imersão melhor a história como um todo.
Combates refinados: Diferente dos outros jogos da série, não temos mais turnos nos combates. Tudo foi refeito no melhor estilo de jogos de ação. Portanto, temos aqui um RPG de ação. O combate consiste em esmagar botões (usando o quadrado para atacar de perto, triângulo para atacar de longe, e bola (ou círculo) para aproximar-se dos inimigos. Há combinações de poderes especiais e combos para serem realizados, além de R1 para desviar dos golpes. Tudo isso torna o game mais frenético e cheio de ação, sendo que algumas batalhas contra chefes são realmente épicas.
Quais os pontos fracos?
Não é de mundo aberto e é totalmente linear: Apesar de ter ambientes amplos, cheios de natureza, montanhas ou castelos, não é um game de mundo aberto. Isso significa que você não pode livremente perambular pelos cenários, encontrar cidades, vilas, como bem entender. Isso significa que o game segue a linha dos RPGs mais clássicos neste aspecto. No entanto, deixa o game um pouco engessado. Ou seja, não tem nada para fazer a não ser seguir a história e uma missão após a outra.
Sem variedade de gameplay: Durante a aventura, jogamos sobretudo com Clive. Não temos muita variedade no game, a ponto de podermos experimentar outros heróis ou vilões. Além disso, o personagem usa sempre uma espada para lutar. E tem o mesmo estilo de golpes e poderes o jogo todo. Depois de um tempo, fica um tanto repetitivo. Além disso, algumas questões clássicas de RPGs foram deixadas de lado. Golpes de fogo, por exemplo, não tem penalidade contra inimigos de fogo, e assim por diante. Assim como gelo contra fogo não dá um bônus adicional. O que é de costume da série, aliás. Neste, essas penalidades ou bônus ficaram de fora.
Criaturas geralmente não trazem desafio: A grande maioria das criaturas no mundo não oferecem qualquer desafio. Basta esmagar o botão de ataque e realizar alguns poderes e pronto. Basta seguir em frente. Isso também torna as coisas repetitivas depois de um tempo.
Sem estabilidade nos quadros por segundo: Apesar de rodar relativamente bem, o game é um teste de fogo para o PlayStation 5. Em cenas mais cheias de elementos na tela, geralmente em lutas contra chefões, cai drasticamente os quadros por segundo. Isso significa que o game não consegue segurar uma estabilidade de desempenho neste quesito. Pode atrapalhar em determinados momentos, mesmo que na maioria do tempo, roda satisfatoriamente bem.
Nossa conclusão
Vamos simplificar. Final Fantasy XVI é um RPG lendário e obrigatório para qualquer um que goste de narrativas bem construídas e jogos do gênero. A adição de ação no combate só torna as coisas mais interessantes e empolgantes. Além disso, os seus pontos negativos não chegam nem a arranhar o que o game tem de bom.
Quando você coloca as mãos nesse game, facilmente é transportado para outro mundo, e a narrativa que você segue vai te prender do começo ao fim. É uma obra de arte dos games, sem sombra de dúvidas.
Muitos elementos clássicos estão ali. Itens, poderes, e os famosos Eikons. Quem já jogou outros games da série e “pirou” com essas entidades, desde o magnífico Final Fantasy Tactics, até Final Fantasy VIII (meus preferidos), vai sentir uma flechada de nostalgia boa quando jogar.
Nota:
Mais sobre o game você encontra no site oficial.
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Muito bonito mas sou fã dos turnos e fico triste que só tenha essas opções de ação afinal para mim RPG é jogo de estratégia como no tabuleiro. Eu acho que devia ter as 2 opções para agradar a todos.
Olá Adriana! Neste aspecto ainda tem diversos jogos interessantes para você curtir. Persona 5 Royal está disponível em todas as plataformas (inclusive no Xbox Game Pass) e é um dos melhores RPGs de turno que saíram nestas últimas gerações. Caso esteja interessada no estilo tático – como um tabuleiro – teve o Triangle Strategy (Switch e PCs) e The DioField Chronicle (multi) que se saíram muito bem no ano passado. Marvel Midnight Suns também pode ser uma boa pedida, caso o mundo dos super-heróis te interesse.