O que era para ser um símbolo de inovação e consciência ambiental virou motivo de constrangimento para um grupo de motoristas na França. Cerca de dez donos de Tesla decidiram processar Elon Musk, alegando que as posições políticas cada vez mais extremas do bilionário acabaram transformando seus carros em verdadeiros “totens da extrema-direita”.
A ação, apresentada no Tribunal Comercial de Paris, pede o cancelamento dos contratos de leasing e o reembolso dos custos legais dos motoristas.
De acordo com os autores da ação, a imagem da Tesla mudou drasticamente nos últimos tempos, graças ao comportamento público de Musk, incluindo sua aproximação com figuras de extrema-direita, discursos polêmicos em eventos políticos na Alemanha e Itália e até um gesto considerado similar a uma saudação nazista durante uma aparição nos EUA.
Tudo isso, dizem os motoristas, acabou gerando uma onda de reações negativas contra quem dirige um Tesla.
Alguns relatam que seus carros foram pichados com símbolos nazistas ou até sujados com fezes.
Outros, tentando se desvincular da nova imagem da marca, chegaram a remover o logotipo da Tesla ou colar adesivos nos veículos explicando que compraram o carro antes de Musk “mudar de postura”.
Os advogados do grupo argumentam que, pela legislação francesa, os contratos de leasing devem garantir o uso pacífico do bem alugado, algo que, segundo eles, se tornou impossível diante do estigma que agora acompanha os carros da marca.
O processo também surge em meio a um momento delicado para a Tesla na Europa: só em maio, o número de novos registros da marca na França caiu 67% em relação ao mesmo período do ano passado, refletindo uma das quedas mais acentuadas desde 2022.
A Tesla não se manifestou oficialmente sobre o caso até agora. Enquanto isso, os motoristas dizem se sentir presos a contratos difíceis de romper e a carros que passaram a carregar uma mensagem política indesejada.
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