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Front Mission 3: Remake traz um dos grandes clássicos do PS1 ao Switch

Front Mission 3: Remake, lançado em 26 de junho de 2025 (Switch), traz à tona um clássico dos RPGs táticos em turnos com um visual atualizado e mecânicas. Este, que é um dos jogos mais aclamados de RPG tático da época do PlayStation 1, finalmente ganhou um remake.

Nesta análise, vamos discorrer sobre os pontos positivos e negativos da versão.

O que curtimos

Narrativa fiel ao conteúdo original

O jogo preserva fielmente a estrutura da narrativa ramificada do original, com duas linhas de história bem distintas: a jornada com a USN via Emma e a com a DHZ com Liu, o que traz um alto valor de replay.

A narrativa continua sendo envolvente, densa e carregada de tensão política e realismo geopolítico, possuindo uma das melhores histórias da franquia. E que até mesmo se assemelha às tensões que o mundo passa até hoje.

Mecânicas táticas aprimoradas

Aspectos clássicos, como personalização de Wanzers (partes, armas, CPUs), continuações de combate com ação tática em isométrico e gestão estratégica, estão de volta. O sistema de ataque aos pilotos, com possibilidade de ejetar adversários e ocupar seus Wanzers, é mantido e segue sendo mecânica interessante.

Adições bem-vindas: modo Quick Combat, opções de pular animações, giros na câmera 3D, aceleração de combate e rotação de mapa, o que tornam a experiência mais fluida e menos repetitiva.

Trilha sonora e áudio remasterizados

A trilha original foi regravada e remasterizada, conferindo novo peso emocional às batalhas e cutscenes. E o uso flexível de trilha moderna ou clássica vai agradar tanto fãs antigos quanto novos jogadores.

Performance melhorada

O game roda mais rápido, com loadings reduzidos e skip de cutscenes que aceleram o ritmo, especialmente em sessões longas. O que torna o game mais agradável de jogar.

Interface modernizada

O HUD e menus receberam reformulação, com fontes/criação visual mais limpas que melhoram a leitura e navegação em telas de batalha.

O que não curtimos muito

Animações e visuais não tão impressionantes

Os modelos 3D dos Wanzers não estão muito atrativos, apesar de terem sido refeitos. Os robôs parecem veículos sem peso, de plástico. Não parece mais aquelas máquinas enormes e poderosas como originalmente foram apresentadas.

Arte 2D tratada por IA

Os retratos de personagens sofreram remodelagem via IA, o que tira um pouco a identidade. Fica diferente dos originais, e às vezes parecem um pouco borrados.

Cenários poderiam ter um polimento melhor

Os cenários 3D atualizados são vazios e sem detalhes dinâmicos, com construções estáticas e texturas pobres. A iluminação forte e sombras rígidas contribuem para a sensação de ambiente sem alma e pouco aproveitado.

Áudio de impacto está abaixo do esperado

Apesar da trilha excelente, efeitos sonoros de armas e explosões têm pouco impacto, tanto visual quanto sonoro. A ausência de vozes e sons das caixas de texto também é algo que incomoda para um jogo de 2025.

A interface e navegação continua lenta

Menus complexos de customização de Wanzer e briefings longos podem ser cansativos e lentos de navegar no Switch.

Conclusão

Front Mission 3: Remake mantém intactas as características que definem o original. A narrativa imersiva, os combates táticos e o sistema de personalização continuam sólidos e envolventes. As melhorias na interface, no áudio (trilha remasterizada) e na performance dão maior fluidez e acessibilidade.

Mas, o remake falha ao desconsiderar elementos sensoriais fundamentais: as animações rápidas sacrificam a sensação de peso; os modelos 3D carecem de realismo; os retratos sob influência de IA geram desconexão emocional; e os ambientes estão vazios.

Para quem busca reviver o clima pesado e envolvente da era PS1, talvez o original ainda seja imbatível.

Mas quem quer a experiência em um portátil, em console mais moderno, este sim é um remake digno, com gameplay intacto e história sólida, mas que peca em acabamento visual, animações e fidelidade estética. Se você valoriza narrativa e tática, vale a pena. Se busca imersão visual original, talvez seja melhor revisitar o PS1.

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Nota final: 3/5

Avaliação: 3 de 5.

Página do jogo na loja da Nintendo.

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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