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Fury, caça não-tripulado com IA, é revelado

O mesmo visionário que colocou os óculos de realidade virtual Oculus no mapa está agora sacudindo o setor de defesa. Palmer Luckey, através de sua startup Anduril Industries, acaba de apresentar ao mundo o Fury, um caça não-tripulado movido a inteligência artificial que promete mudar as regras do jogo na guerra moderna.

Batizado como YFQ-44A pela Força Aérea dos EUA, o Fury foi projetado para ser o “companheiro de voo” perfeito de caças tripulados como o F-35 e o futuro F-47. Sem cockpit, sem piloto. Apenas uma máquina de combate autônoma, controlada pelo sistema de IA Lattice, da Anduril, que processa dados de radares, sensores e outros drones em tempo real.

O resultado? Um caça que toma decisões, sugere táticas e executa missões de alto risco com precisão cirúrgica, tudo sem colocar vidas humanas em perigo.

Mas o que realmente chama atenção no Fury não é só a tecnologia em si, e sim a filosofia por trás dela. Enquanto gigantes como Lockheed Martin e Boeing levam anos (e bilhões de dólares) para desenvolver um novo avião, a Anduril adotou uma abordagem ágil e econômica.

O Fury utiliza um motor de jato disponível no mercado, reduzindo seu custo para algo entre US$ 25 a US$ 30 milhões, uma fração se comparado aos US$ 400 milhões de um F-35.

Seu design modular permite atualizações rápidas: hoje ele pode carregar mísseis ar-ar; amanhã, sensores infravermelhos para rastreamento noturno.

O coração do Fury é o Lattice, um sistema de IA que vai muito além do piloto automático. Ele analisa o campo de batalha em tempo real, identifica ameaças, coordena-se com outras unidades e até sugere estratégias para os operadores humanos. No fim do dia, quem comanda só precisa apontar o alvo e escolher como atacar – o resto fica por conta da máquina.

Testes em solo já começaram em maio de 2025, e os primeiros voos estão previstos para este verão. A Força Aérea quer que caças autônomos como o Fury estejam operacionais até o final da década, e a Anduril está na corrida contra a General Atomics pelo contrato.

Mas o Fury é só a ponta do iceberg. A Anduril já está desenvolvendo desde drones submarinos até sistemas anti-drone para os fuzileiros navais – e um contrato de US$ 642 milhões com o Pentágono prova que Luckey está levando sua visão a sério.

Claro, desafios não faltam. Integrar o Fury em cenários reais de combate exigirá não apenas tecnologia, mas doutrinas militares totalmente novas. E, embora o status de “forasteiro” de Luckey tenha ajudado a Anduril a inovar rápido, também cria atritos com os gigantes tradicionais da indústria bélica.

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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