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Gamer cria versão física e jogável de Flappy Bird na vida real

Lá em 2013, um passarinho pixelado chamado Flappy virou sinônimo de vício e frustração no mundo dos games mobile. Simples até demais, o jogo criado por Dong Nguyen podia ser jogado com uma mão só, mas exigia uma dose absurda de paciência. No auge, em 2014, Flappy Bird era o app gratuito mais baixado tanto no iOS quanto no Android e rendia ao seu criador cerca de 50 mil dólares por dia, até que Nguyen decidiu tirar o jogo do ar, alegando que o sucesso fora de controle estava prejudicando sua vida. Avançando para 2025, um criador conhecido como Engineezy decidiu trazer essa lenda digital para o mundo real, construindo uma cria versão física e jogável de Flappy Bird.

A invenção, que ganhou destaque no Hackster.io, consegue capturar não só a essência caótica do jogo original, mas também adiciona um charme analógico que deixa tudo ainda mais divertido, e irritante, como manda a tradição. O funcionamento parece simples à primeira vista: um passarinho físico, preso a um mecanismo com servo motores, sobe e desce conforme o jogador aperta um botão, enquanto tenta atravessar uma sequência de canos que giram sem parar. Só que, por trás dessa simplicidade, existe uma engenharia bem mais complexa, cheia de sensores, motores e muito jogo de cintura. “Não era só sobre recriar o jogo. Eu queria que ele parecesse vivo, com aquela mesma sensação viciante e frustrante do app”, explicou Engineezy na entrevista.

O coração da máquina é, claro, o próprio pássaro. Ele foi preso a um mecanismo com molas e braços móveis, projetado para simular aquele movimento meio desengonçado e imprevisível que deixou todo mundo maluco na versão digital. O botão de controle faz o pássaro dar um pulo pra cima, exatamente como no toque de tela do celular.

Já o sistema de canos funciona em um loop contínuo, com dois eixos que fazem os obstáculos girarem sem parar. As alturas dos canos são ajustadas por outro motor, que cria os espaços de passagem de forma dinâmica e aleatória, mantendo o desafio sempre diferente, exatamente como no game original.

Pra deixar tudo mais real, e cruel, Engineezy ainda desenvolveu um sistema de detecção de colisões. Se o pássaro encosta num cano, o jogo para na hora, com aquele barulho seco que todo jogador conhece muito bem. Um marcador de pontos acompanha seu desempenho, te desafiando a tentar de novo sempre que falhar, o que, convenhamos, acontece o tempo todo. “A ideia era passar a mesma sensação de luta contra o jogo, só que agora no mundo real”, contou ele.

O processo de construção não foi nada fácil. Levou meses de testes, erros e ajustes, bem mais tempo do que os poucos dias que Nguyen precisou pra programar o Flappy Bird original. Mas o resultado valeu a pena. A máquina tem quase vida própria, e dá até pra sentir que o passarinho luta contra os comandos do jogador, do mesmo jeitinho torturante que fez milhões de pessoas amarem, e odiarem, o jogo lá atrás.

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Jornalista há mais de 20 anos e fundador do NERDIZMO. Foi editor do GamesBrasil, TechGuru, BABOO e já forneceu conteúdo para os principais portais do Brasil, como o UOL, GLOBO, MSN, TERRA, iG e R7. Também foi repórter das revistas MOVIE, EGW e Nintendo World.

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