Durante décadas, o nome Venom foi sinônimo de caos, poder e tragédia na vida do Homem-Aranha. O simbionte alienígena que um dia deu a Peter Parker força e velocidade sobre-humanas também quase destruiu sua sanidade, transformando-o em algo que ele jurou nunca ser. Mas, em uma reviravolta cósmica nas novas HQs da Marvel, o herói finalmente encontrou um aliado que não só rivaliza com Venom em poder, como também supera o antigo parceiro em maturidade e equilíbrio. Seu nome é Glitch, e ele pode ser o companheiro que Peter sempre precisou.
Na fase atual de The Amazing Spider-Man, escrita por Joe Kelly e ilustrada por Emilio Laiso, Peter está vagando pelo espaço após uma batalha devastadora contra o vilão Hellgate. Para se fortalecer e um dia voltar à Terra, ele se une ao excêntrico cientista Xanto Starblood, que o presenteia com o Technarachnid Suit, uma armadura viva com comportamento semelhante ao de um simbionte. A princípio, Peter acredita estar usando apenas uma tecnologia avançada, mas logo descobre que o traje é, na verdade, uma criatura senciente mantida sob controle por Xanto.
Durante uma luta intergaláctica para ajudar Rocket Raccoon a pagar uma dívida absurda, sim, o universo Marvel nunca perde o humor, o Aranha percebe que há algo de errado com o traje. Ao reativá-lo, Peter tem sua mente conectada à do ser alienígena e descobre sua origem: Glitch era parte da raça Technarchy, mas rompeu com a consciência coletiva e passou séculos em isolamento antes de ser transformado em uma arma viva pelo cientista. Ao despertar totalmente, o alienígena assume o próprio nome e decide não mais se submeter a ninguém.
Mesmo livre, Glitch ainda ajuda Peter, chegando a criar um novo uniforme menos poderoso para ele. Juntos, eles enfrentam o caos da arena espacial e escapam de uma confusão generalizada com a ajuda da criatura Betty, que Glitch consegue convencer a se juntar à fuga. De volta ao laboratório, o Aranha e Xanto retomam seus planos de aprimoramento, mas Peter se recusa a continuar o experimento se isso significar aprisionar uma vida consciente. Enquanto isso, Glitch começa a redescobrir sua identidade, agora livre pela primeira vez em eras.
Glitch deixa qualquer simbionte no chinelo.
O mais curioso é que, diferente dos simbiontes tradicionais, Glitch não depende de hospedeiros para sobreviver. Ele pode se conectar mentalmente com Peter, mas faz isso mais por conveniência do que por necessidade. Ao contrário do comportamento possessivo e carente do Venom original, Glitch é tranquilo, quase zen e até um pouco avesso à ideia de “dividir memórias”. Essa relação menos tóxica e mais respeitosa já coloca o novo parceiro em outro patamar.
É claro que a convivência entre os dois não deve durar para sempre. A fase espacial de Peter parece ter data de validade, e o retorno à Terra inevitavelmente trará novos desafios. Ainda assim, enquanto durar, essa parceria tem tudo para ser uma das mais interessantes da história recente do Homem-Aranha uma aliança baseada em respeito, consentimento e equilíbrio, tudo o que Venom nunca foi capaz de oferecer.
E você, o que acha dessa nova dupla cósmica? Será que Glitch vai deixar uma marca duradoura no universo Marvel, ou será apenas um capítulo curioso na longa saga do Amigão da Vizinhança?
Veja aqui mais sobre a Marvel!
