Mais de duas décadas depois de pisarmos pela primeira vez nas praias de Halo, o lendário Master Chief retorna em Halo: Campaign Evolved, um remake que reconstrói cada pixel do clássico de 2001 com o poder da Unreal Engine 5. O resultado é um espetáculo visual que mistura nostalgia com tecnologia de ponta, mas a pergunta inevitável continua: será que essa nova versão realmente justifica o salto?
Logo na primeira cena, quando a câmera revela a costa do anel de Halo, a diferença é gritante. Na edição original, tudo parecia plano: o mar era uma faixa de azul estática, as sombras eram blocos e as texturas lembravam pintura digital. A versão de 2011, Anniversary, deu uma leve modernizada, mas ainda mantinha aquele visual engessado. Agora, em Campaign Evolved, a luz do sol atravessa a neblina e se espalha pela areia com realismo impressionante. As ondas refletem o brilho da armadura de Chief, partículas de poeira dançam no ar e os destroços fumegantes da Pillar of Autumn ganham um brilho que parece quase tátil.

A evolução continua quando o jogador chega à famosa ilha do Silent Cartographer. O mar, antes composto de animações simples, agora reage ao movimento do Warthog, levantando areia e espuma em tempo real. As cavernas ganham vida com bioluminescência azulada e reflexos de tochas laranja que se fundem na viseira do herói. Detalhes mínimos, como gotas de água caindo dos tetos e se estilhaçando no chão, dão a sensação de um mundo vivo, algo impensável no antigo motor gráfico.
Os personagens também receberam um salto absurdo. Cortana, que antes parecia um holograma falhando em VHS, agora tem traços delicados, fios de cabelo definidos e olhos que refletem luz com naturalidade. Já o Sargento Johnson solta cinzas do charuto que caem lentamente, cada uma refletindo o fogo antes de tocar o chão. Até as armas foram reinventadas. O clássico fuzil MA5B ganhou peso e impacto: os disparos produzem calor visível, os cartuchos ricocheteiam com som direcional e a Espada de Energia agora emite um clarão tão forte que chega a cegar momentaneamente a câmera.
A vegetação, que sempre foi um dos pontos fracos dos remakes anteriores, finalmente ganhou o destaque que merecia. As folhas balançam com o vento e respondem aos passos do jogador, enquanto a luz atravessa as copas criando sombras dinâmicas sobre o capô do Warthog. E sim, se você pausar o vídeo e der zoom, verá até o número de série no crachá de um fuzileiro caído — um nível de detalhe que os motores de antigamente jamais alcançariam.
O desempenho também impressiona. Halo: Campaign Evolved roda em 4K a 60 fps no Xbox Series X com ray tracing ativado e chega a incríveis 120 Hz no PS5 Pro em modo performance. As telas de carregamento praticamente desapareceram: em um piscar de olhos, o jogador já está explorando o anel inteiro, algo impensável no Xbox original, que levava meio minuto para montar cada fase.
Mas o salto visual vem com um preço. Quem joga via Game Pass não paga nada a mais, mas quem optar pela compra direta vai desembolsar cerca de 60 dólares — ou um pouco menos em promoções futuras. Ainda assim, o pacote é robusto: três missões inéditas que funcionam como prelúdio, modo cooperativo para quatro jogadores e suporte total ao crossplay entre Xbox, PC e PlayStation.
Halo: Campaign Evolved é mais do que um simples remake. É uma reconstrução completa que respeita o espírito do original, mas com a aparência e fluidez de um blockbuster moderno. Um presente para os fãs veteranos e uma porta de entrada deslumbrante para novos jogadores e, convenhamos, talvez o Master Chief nunca tenha parecido tão real.
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