Esta reta final de Halo promete ser um verdadeiro evento televisivo, com as coisas não apenas esquentando neste oitavo episódio: mas sim explodindo por completo. Pulando completamente os acontecimentos que ainda considero inutilizados da trama do último, temos aqui a demonstração de qual é o grande plano de todos e onde nosso estimado Master Chief entra nisso.
Levando a ação de volta, misturado à já competente trama, temos um verdadeiro embate dentro da própria UNSC. De um lado, Makee e nosso herói tentam ao máximo compreender o uso dos artefatos para fazerem a coisa certa. Dos outros, a própria organização e a Doutora Halsey, cada um com os seus objetivos. Enquanto uma intensa ligação une os dois personagens, o que vemos de suas vidas e deste capítulo acabam os dividindo por completo.
Apesar da função do episódio 8 ser de gerar uma conexão de toda esta história até o grand finale, temos uma clara demonstração de que isso não rolará de forma suave. Com intensos combates, Master Chief terá de tomar decisões difíceis enquanto o futuro da guerra não está bem definido. Mesmo com meus palpites, nada está 100% nisso e pelo visto só teremos alguma certeza nos momentos finais.
Nada foi negligenciado em Halo
As lutas podem ter tomado conta de Halo nesta semana, mas isso não significa que a história foi negligenciada por causa disso. Temos um excelente desenvolvimento entre John e Makee, quais surgiram de formas diferentes e acabam conectados por suas representações. Ainda que muitos tenham se preocupado com um possível romance entre ambos, a única coisa que posso afirmar para vocês sem dar spoilers é que nada dura para sempre. Tanto para o bem quanto para o mal.
O tema central aqui é o descontrole de tudo. Absolutamente nada está correndo como o plano, de todos os lados possíveis, gerando o mais profundo caos dentro da própria UNSC. Enquanto a organização tenta tomar medidas que acreditam ser as melhores, isso nem sempre significa que os Spartans, Master Chief, Halsey e até mesmo a Cortana agirão conforme suas ideias. Com cada um contendo um objetivo diferente, devo afirmar que isso torna o oitavo em um dos melhores episódios da série até o momento.
No meio disto tudo, devo ressaltar aqui a presença da Inteligência Artificial no enredo. Nós sabemos que, nos jogos da franquia, ela e o herói são parceiros de longa data e têm um intenso relacionamento. A série mostrou o inverso, com um início conturbado entre ambos e a promessa de que ela acabaria dominando e sobressaindo sua consciência à dele no momento que fosse necessário. O que não consideraram é se ela acha isso correto ou não, principalmente após acompanhar a jornada do protagonista no meio de toda a aventura.
Halo amplia todas as nossas noções sobre o assunto, mostrando o quanto todos os personagens estão apostando alto no que consideram a maior esperança da humanidade. Volto a repetir a importância disso, quais nos games é apenas uma coleção de tiros e granadas para tudo quanto é lado para um aprofundamento extremamente necessário em cima da mitologia criada pela Bungie e perpetuada pela 343 Industries.
Você pode até reclamar da distância que tomaram da história original, principalmente por não termos aqui alguns elementos clássicos. Eu mesmo estou sentindo um enorme vazio no que se refere aos Flood, por exemplo. Só que isso não significa que eles não seguem para um final de qualidade e a promessa de que teremos uma temporada na sequência que evolua isso a outro patamar. Por tudo que estou vendo na produção da Paramount+, estou confiando completamente no trabalho que estão executando.
Um final digno para os personagens
A parte mais bacana, diga-se de passagem, é você ver o quanto tudo foi tão bem construído até ali. Não há absolutamente nada que não tenha sido preparado desde o primeiro episódio, considerando sua longevidade e a quantidade de personagens trabalhados. Não me entenda errado, Madrigal continua sendo completamente aleatório e ouso dizer que se fosse descartado até melhoraria o conteúdo. Porém, todo o restante é de um potencial que atingiu limites que eu julgava não serem possíveis com essa série.
Temos de admitir aqui, as adaptações de videogames não são conhecidas por serem boas. Nos últimos anos fomos agraciados com Sonic e Detetive Pikachu, que se sobressaíram no meio dos demais. Ao mesmo tempo, tivemos os fraquíssimos Tomb Raider, Assassin’s Creed, Mortal Kombat e várias outras que não complementam aquilo que vemos por trás do controle. Um jogo de tiro dificilmente atingiria altas expectativas. Me surpreende que, a saída foi justamente tirar as armas das mãos destes personagens e mostrar quem realmente são por trás delas.
Eu entendo se você reclamar que a falta de ação em Halo é um pouco maçante. Tivemos uma demonstração clara no primeiro capítulo, depois só vimos algo novamente no quinto e olhe lá. Sendo bem sincero com vocês, eu também esperava mais um pouco deste elemento. Ainda que isso possa ser dito, a experiência tem sido tão positiva e cheia de nuances que eu não acredito de que forma poderiam ter alterado tudo. Quem sabe mostrando, ao invés de Kwan Ha e Soren, como os planetas dominados pela UNSC caíram nas mãos dos Covenant seria mais interessante.
Porém, ao que se refere à saga de Master Chief, Cortana, Halsey, Miranda, a UNSC no geral, os Spartans e até mesmo em Makee, o desenvolvimento deles é de outra magnitude. Com um intenso brilho na tela, eles roubam a cena e mal fazem você sentir falta da guerra que rola do lado de fora. Eu mesmo só me recordo disso quando estou aqui escrevendo este texto para vocês. Só que nada me tira da cabeça do quanto isso era necessário e da sua importância para o futuro do seriado. Faltando apenas um episódio para o fim, que venha uma segunda temporada o quanto antes.
Halo está sendo exibido através da Paramount+, todas as quintas-feiras a partir das 5h. Veja mais em Críticas de Séries!
*Este texto é uma colaboração entre o NERDIZMO e o GAMERVIEW