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Homem-Formiga | Crítica: aposta na mistura de filme de assalto e comédia

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Por trás de todo o histórico de sucessos da Marvel nos cinemas, há um certo gosto por riscos. Personagens como Homem de Ferro, Senhor das Estrelas ou Groot (Guardiões da Galáxia) eram de escalões baixos nos quadrinhos, mas se tornaram estrelas no cinema. Homem-Formiga é a nova aposta do estúdio neste sentido.

A comédia dá o tom

De início, já é notável como o filme é muito mais próximo de um Guardiões da Galáxia do que de um Capitão América ou Thor. Ao usar roteiristas de forte humor, diretor de comédias e um elenco afiado para improvisos (com destaque para Michael Peña), o resultado não poderia ser outro.

A risada está presente ao longo de todo o filme, até mesmo em momentos dramáticos, o que pode até demonstrar um certo medo em tornar as coisas sérias. E há momentos de pura gargalhada, mesmo em meio a destruições e batalhas, muitas por conta das alterações de tamanho dos personagens e objetos a sua volta.

Com isso, fica fácil curtir a história desse herói desconhecido por uma parte muito grande do público. Até porque não há preocupação com grandes introduções aqui. Assim como em Guardiões, nós temos um pequeno flashback no início do filme, para então partirmos para a trama atual, sem histórias de origens, explicações sobre Hank Pym (Michael Douglas) ou sua descoberta que torna possível você diminuir seu tamanho a níveis moleculares. E isso é algo bom, pois mostra uma segurança da Marvel, que não sente a necessidade de explicar tudo.

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Visual

Além da comédia, o visual do filme é o grande destaque. Ele conversa muito bem com o roteiro, que usa as alterações de tamanho do personagem como gancho para diversos ótimos momentos em Homem-Formiga. E o funcionamento disso se deve aos efeitos visuais, que conseguem mostrar de forma satisfatória a diminuição do herói e a imensidão do mundo a sua volta quando isso acontece. Some isso a coreografia, pensada para que Scott Lang use seus poderes o tempo todo, e é criada uma dinâmica que deixa tudo na tela mais interessante.

O novo Homem-Formiga e o roubo

Sem as explicações, o filme nos apresenta Scott Lang (Paul Rudd), um ladrão que está tentando se reerguer após sair da prisão, quando acaba no radar de Hank Pym, que procura uma pessoa para impedir um vilanesco cientista de usar a tecnologia de encolhimento para o mal.

A escolha de Lang, e não Pym, como herói para o filme é interessante, pois ao mesmo tempo que abre espaço para a trama de roubo, também evita colocar um personagem polêmico dos quadrinhos (Pym já bateu em sua esposa nas HQs). Uma estratégia que evita entrar em terreno perigoso, mas que também serve para facilitar a história.

Isso porque o roubo é o grande espetáculo do filme. Boa parte das quase duas horas do longa são dedicadas ao planejamento e roubo da tecnologia do vilão Darren Cross/Jaqueta Amarela (Corey Stoll), com direito a diversos momentos no estilo Missão Impossível. É a entrada da Marvel em um novo nicho cinematográfico, e com sucesso, pois o filme acerta neste ponto, sem tentar ser mais do que é possível.

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Homem-Formiga ainda tem outro fator a seu favor, que é a falta de grandes conexões com o Universo Cinematográfico Marvel. As referências aos outros heróis e filmes são pequenas (apenas uma é maior), e normalmente acabam sendo feitas na comédia, uma forma leve de ligar o filme aos outros do estúdio, mas sem criar um peso para isso no roteiro.

Além disso, o filme também evita alguns outros aspectos de longas Marvel, como a necessidade de um romance, muitas vezes forçado, nas suas produções. Há um leve toque de um casal ao final do filme, mas é tratado com a mesma leveza e comédia que o roteiro trata tudo que ocorre.

O único problema é o vilão. O estúdio raramente entrega vilões mais memoráveis, e aqui não foi diferente. Não há muito senso de ameaça no Jaqueta Amarela, que cresce apenas na luta final.

Homem-Formiga é um filme leve, sem muitos compromissos, que se preocupa mais em gerar boas risadas do que contar uma história muito profunda. Um início interessante e promissor para um herói tão pouco conhecido e pequeno (em algum momento a piada teria que acontecer).

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Homem-Formiga

Autor: Guilherme Souza

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