Uma senhora de 80 anos, residente em Sapporo, no Japão, tornou-se vítima de um golpe tão absurdo que parece roteiro de filme: ela transferiu aproximadamente 1 milhão de ienes (cerca de R$ 35 mil) para um golpista que se passava por um astronauta preso no espaço e “precisando comprar oxigênio”.
Tudo começou em julho, quando a idosa, que vive sozinha, conheceu o fraudador em uma rede social. Ele se apresentou como um astronauta e, em pouco tempo, declarou estar apaixonado por ela. Não demorou para que a história ganhasse contornos dramáticos: o suposto profissional estaria em missão espacial, sob ataque e sem oxigênio, e precisaria de ajuda financeira urgente para sobreviver.
Apesar da narrativa inacreditável, a vítima, envolvida emocionalmente, realizou diversas transferências eletrônicas até totalizar o valor de US$ 6,75 mil. Como o oxigênio seria entregue no espaço? Esse detalhe, claro, ficou sem resposta.
Este caso, investigado pela polícia local, é apenas um exemplo de uma tendência alarmante: golpes românticos aplicados por meio de redes sociais, que vêm crescendo drasticamente em todo o mundo. Só nos EUA, as perdas financeiras com esse tipo de fraude chegaram a US$ 1,14 bilhão em 2023, segundo a Federal Trade Commission – o dobro do registrado em 2021.
Idosos são alvos especialmente vulneráveis, e a popularização de ferramentas de inteligência artificial tem piorado o cenário. Golpistas agora usam deepfakes em tempo real, sintetizadores de voz e chatbots para criar narrativas cada vez mais convincentes, seja se passando por um astronauta romântico ou por um neto em sequestro.
A lição que fica? Na era da IA, a desconfiança saudável e a verificação de informações são mais necessárias do que nunca. E, claro, se alguém pedir dinheiro para “comprar oxigênio no espaço”, é melhor desfazer a amizade, e rápido.
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